Descontentamento nas ruas de Lyon

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De  Nara Madeira
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Em Lyon milhares de vozes "marcharam" em uníssono contra a reforma das pensões.

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No início eram pequenos grupos. Cada um com as suas especificidades, mas com um único objetivo: pressionar o governo a reverter a reforma das pensões. Entre os manifestantes, bombeiros, que se opõem, fortemente, ao novo sistema de pontos que o governo deseja implementar e que poderá levar a reformas mais baixas, ao longo do tempo, dizem eles:

"Sabemos que nos próximos anos, seremos solicitados a fazer cada vez mais esforços porque a situação global é difícil mas as nossas reformas serão cortadas, passo a passo", refere Brian Canale, bombeiro e representante da CGT.

Pequenos grupos que se fundiram numa multidão. O desfile estende-se para lá do que os olhos podem ver... 40.000 pessoas de acordo com sindicatos, 17.000 dizem as autoridades locais.

"Chega de sacrifícios, é um dos slogans cantados... Há trabalhadores de vários setores neste protesto e não só trabalhadores, há também estudantes, os trabalhadores são do setor público e privado, mas também há aposentados, que se solidarizaram com as gerações mais jovens", adianta o enviado da euronews a cobrir o protesto, Guillaume Petit.

Ainda estão longe da reforma mas já estão a fazer ouvir a sua voz. Aos 19 anos, Laurine é uma entre os estudantes preocupados com o impacto do novo método de cálculo das pensões.

Já não são os melhores 25 anos para os funcionários do setor privado ou os últimos 6 meses para os do setor público que serão tidos em consideração, mas toda a carreira, com altos e baixos:

"Todos os trabalhos precários que faço durante os meus estudos, para pagar as contas, serão contabilizados para calcular a minha reforma, o que vai baixar, automaticamente, o seu valor", explica uma jovem estudante.

Uma fórmula difícil de aceitar mesmo pelos mais moderados. Pela primeira vez, o primeiro sindicato reformista de França, o CFDT, juntou-se aos manifestantes, ainda que na retaguarda do cortejo.

Sem fechar as portas às negociações com o governo, esta organização sindical concentra as suas críticas na questão da idade, ou seja, o encorajamento a que os franceses trabalhem mais dois anos para obterem a reforma completa:

"Aumentar a idade da reforma de 62 para 64 anos serve apenas para economizar dinheiro. Hoje há trabalhadores e trabalhadoras que não podem esperar mais dois anos para se reformarem", afirma Sonia Pacaud, do CFDT.

As críticas à reforma das pensões levam à convergência entre as vozes descontentes, às quais se juntam os já famosos coletes amarelos... Em Lyon, a mobilização não foi muito menor do que a de cinco de dezembro.

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