Após uma campanha fraturante, Andrzej Duda apela à união na Polónia. Candidato da oposição liberal garante que vai "continuar a lutar".
Houve gestos simbólicos (como a libertação de pombas brancas) e faltou distanciamento social nas celebrações pelo novo mandato de Andrzej Duda como presidente da Polónia. Não foi o facto de a vitória ter sido alcançada com uma margem de apenas 2% que arrefeceu os ânimos. Após uma campanha que polarizou o país, a mensagem passou a ser agora de união.
Aliás, Duda veio mesmo declarar, em relação ao principal adversário, que "dá muito valor a um aperto de mão cordial".
Na prática, a aliança com o Partido Lei e Justiça (PiS) no poder, garante a continuação de um programa conservador que tem valido várias críticas à Polónia, sobretudo em matéria de controlo sobre os media e direitos LGBT.
Por outro lado, o resultado renhido reforçou a voz do rival, o presidente da Câmara de Varsóvia. Rafal Trzaskowski garantiu que vai "continuar a lutar" e que este "foi apenas um passo na batalha" para "tirar o país das mãos de um só partido".
Nas ruas da capital havia quem louvasse a vitória de Duda por considerar que "a Polónia tem sido tratada como um país de segunda categoria". E também quem lamentasse "mais cinco anos de autocracia e tirania" depois de ter vislumbrado "um regresso à democracia".
Depois de um primeiro mandato repleto de braços de ferro, e com a crise económica no horizonte, questiona-se agora qual será o futuro das relações entre Duda e Bruxelas.