OMS pede esforço coletivo para poupar um milhão de vidas

OMS pede esforço coletivo para poupar um milhão de vidas
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De  Francisco Marques com AP, AFP, Lusa
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A pandemia ainda não ceifou um milhão de vidas, mas Organização Mundial de Saúde já antevê o dobro das mortes se não for feito um esforço concertado entre os países para travar a #Covid19

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O número de mortes relacionadas com a Covid-19 ainda não chegou a um milhão, mas a Organização Mundial de Saúde já começa a antever a fasquia da pandemia nos dois milhões de fatalidades se nada for feito de forma concertada por todos os países.

O diretor-executivo da OMS sublinha que "um milhão de mortos já é um número terrível" e diz ser preciso "refletir nesse número antes de se começar a falar no segundo milhão".

Michael Ryan mostrou-se particularmente preocupado com o agravamento da situação na Europa e questionou a eficácia dos confinamentos, em especial quando decididos de forma individual entre países vizinhos e parceiros económicos.

Há muita coisa por fazer para poupar vidas em termos de controlo da doença, medidas já existentes para salvar vidas e as inovações em desenvolvimento.

"A verdadeira questão é: estamos, nós, preparados coletivamente para fazer o que é preciso para evitar os dois milhões de mortos?
Michael Ryan
Diretor-executivo da OMS

Espanha é atualmente um dos países europeus onde o novo coronavírus está a alastrar mais rapidamente. Esta sexta-feira, foram anunciadas mais de 12 mil novas infeções em 48 horas e pelo menos 114 mortes.

A região mais afetada é a de Madrid, onde o governo regional continua a resistir à pressão do executivo central para confinar toda a capital, de limitar sobretudo as zonas onde a taxa de contágio supera os 500 contágios por 100 mil habitantes e reduzir em 50% a lotação das esplanadas.

A presidente do Governo regional madrileno fez saber a Pedro Sanchez que "Madrid sabe o que tem de fazer e apenas pede ajudas concretas". "Isto não vai lá só com imposições", terá dito Isabel Díaz Ayuso.

Uma residente de uma das zonas da capital com medidas restritivas mais apertadas e identificada como Rosa disse ser "um absurdo" as medidas implementadas.

"Confinam-nos e no metro viajamos como sardinhas. Onde estão os dois metros de distância?" questionou Rosa, em tom crítico para as autoridades.

Em Israel, o ministério da Saúde reviu com um agravamento o número de contágios anunciado na quinta-feira. Afinal foram mais de oito mil novos casos e, até ao final da tarde de sexta-feira, ainda registou mais de 3.300 novas infeções e pelo menos 11 mortes no quadro da pandemia.

Desde as 14 horas de sexta-feira, Israel voltou a estar em confinamento total e assim deverá ficar pelo menos duas semanas, embora manifestações e orações não estejam proibidas porque o executivo não tem poder constitucional sobre essas atividades.

No Brasil, o terceiro país mais afetado do mundo pela pandemia e o segundo com mais mortes atrás dos Estados Unidos, o Carnaval de 2021 foi suspenso até que exista uma vacina contra o novo coronavírus. A decisão conta com apoio nas ruas.

"Eu participo do carnaval, frequento os blocos de rua e saio com escolas de samba. Mas neste momento, é preciso priorizar a nossa proteção, principalmente a das pessoas mais idosas e que estão em maior risco. Por isso, eu sou a favor do adiamento do Carnaval", afirmou a arquiteta Carla Mauro, residente no Rio de Janeiro e adepta da tradicional celebração carioca.

Na atualização desta sexta-feira, o Ministério da Saúde brasileiro registou 31.911 novas infeções e 729 mortes no quadro da pandemia, elevando os totais do país para 4.689.613 casos confirmados desde o início da pandemia, incluindo 4 milhões de pessoas recuperadas e 140 mil mortos.

O país mais afetado pelo novo coronavírus continua a ser de longe os Estados Unidos, que acabam de ultrapassar os sete milhões de casos confirmados desde o início da pandemia, incluindo quase 204 mil mortos e 2,7 milhões de pessoas recuperadas.

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