Crime desencadeou onda de consternação em França. Macron classificou o ataque como "terrorista" e contra os valores da liberdade
Um ataque terrorista contra a República e contra os valores da liberdade. Foi desta forma, no local do crime, que o presidente francês condenou o assassinato de um homem de 47 anos, nos arredores de Paris. Um professor de história, decapitado na via pública, uma semana depois de ter mostrado na sala de aula caricaturas de Maomé publicados na revista Charlie Hebdo.
Para Emmanuel Macron, ao matar um professor, "esta terrorista queria destruir os valores da República" e a possibilidade de tornar as crianças em "cidadãos livres - de onde quer que venham, crentes ou não crentes, seja qual for a religião." O chefe de Estado francês torna esta numa batalha coletiva e "existencial".
Macron fez a declaração em Conflans-Sainte-Honorine, um subúrbio de Paris, muito perto do local onde aconteceu o ataque, junto ao colégio onde o professor dava aulas.
O pai de um dos alunos do colégio conta que o professor assassinado era estimado pelos alunos. No relato do filho, a polémica começou quando, antes de mostrar as caricaturas de Maomé na aula, o professor pediu aos alunos muçulmanos que saíssem da sala "para não ficarem magoados".
O presumível autor do crime foi entretanto abatido pela polícia. De origem russa, teria 18 anos. Não há notícia de estar referenciado pelos serviços de informação.
O ataque foi reivindicado no Twitter. Numa conta entretanto apagada, foi partilhada uma foto do cadáver decapitado. O autor dizia querer "vingar Alá".