AstraZeneca aumenta fornecimento de vacinas aos 27, mas longe de cumprir o contrato. Pfizer-BioNTech reforça entregas em 70 milhões no segundo trimestre
Não tem tréguas a luta pela compra de vacinas. A União Europeia anunciou esta segunda-feira o reforço do fornecimento da Pfizer-BioNTech. Bruxelas garantiu a entrega de mais 75 milhões de doses do gigante franco alemão. A farmacêutica deve fornecer 300 milhões de doses este ano - o suficiente para vacinar um terço dos residentes nos 27 países do bloco.
A notícia foi avançada pela presidente da Comissão Europeia nas redes sociais. Ursula von der Leyen tinha horas antes anunciado progressos mais tímidos nas negociações com a AstraZeneca.
A Comissão Europeia chegou este domingo a acordo coma farmacêutica sueco-britânica para o fornecimento de 40 milhões de vacinas até março. São mais 9 milhões do que foi anunciado na passada semana, mas mesmo assim metade do que tinha sido contratualizado.
A contenda com a empresa estalou na semana passada, quando a AstraZeneca anunciou que iria baixar o fornecimento devido a problemas de produção.
O processo de vacinação dos 450 milhões de cidadãos da União Europeia está atrasado, em comparação com o Reino Unido ou com os Estados Unidos. A autoridade do medicamento europeia só na sexta-feira validou a substância. Dia em que Bruxelas chegou a anunciar estar a ponderar endurecer as regras sobre as exportações de vacinas contra o coronavírus, limitando a entrada no Reino Unido através da Irlanda.
Solidariedade com Portugal
O bloco europeu deu nos últimos dias provas de vigor em termos de solidariedade interna. Alemanha e Áustria vão apoiar Portugal, o país mais afetado pela pandemia neste momento.
Na edição deste domingo, a revista alemã "Der Spiegel" escrevia que as Forças Armadas alemãs vão enviar "pessoal e material médico" nos próximos dias. A equipa de emergência militar de 27 profissionais de saúde "ficará em Portugal durante três semanas". Informações ainda não confirmadas oficialmente.
A Áustria anunciou que os hospitais do país vão receber doentes portugueses infectados. O chanceler Sebastian Kurz sublinha que "a pandemia representa enormes desafios para todos os países europeus".
Perante um número crescente de mortes ligadas à epidemia de Covid-19 em Portugal, os desafios não são apenas médicos e económicos. O país voltou a atingir máximos este fim de semana em termos de internamentos e mortos. As as empresas funerárias estão à beira do colapso.
Portugal está praticamente isolado nesta altura. Só é possível entrar ou sair do país por razões de força maior.