Polícia espanhola fez várias detenções em 2ª noite consecutiva de protestos em Madrid e Barcelona. As manifestações alastraram a outras cidades. Girona e Lleida também foram palco de confrontos
Em Madrid, a Porta do Sol transformou-se no epicentro da revolta popular contra a prisão do rapper espanhol Pablo Hasél.
Esta quarta-feira, a polícia disparou balas de borracha e recorreu ao gás lacrimogéneo para dispersar uma manifestação que degenerou em violência.
Durante o protesto, inicialmente pacífico e autorizado, os manifestantes arremessaram mobiliário urbano, pedras e garrafas.
Houve registo de feridos. Várias pessoas acabaram por ser detidas, quer em Madrid que em Barcelona, onde o caso de Hasél reacendeu o debate sobre liberdade de expressão sob um clima de revolta.
"Segundo o Governo temos de estar em silêncio, mas não podemos ficar calados. Estamos a protestar em apoio ao rapper Pablo Hasél que diz o que pensa. Vejam como nos encontramos agora", sublinhou Xavi, um dos mais de mil manifestantes em protesto em Barcelona. Elena de la Rosa acrescentou: "Não tem lógica nenhuma que se condene ou atire uma pessoa para a cadeia por causa de um tweet ou de uma música a propósito de alguma coisa, que ainda por cima é verdade."
Pablo Rivadulla Duró, de nome artístico Pablo Hasél, foi detido esta terça-feira, na Universidade de Lleida, onde se barricou com seguidores para impedir a detenção.
Na sexta-feira passada falhou o prazo para se entregar às autoridades e cumprir uma sentença de nove meses de prisão, por injúrias à monarquia e glorificação do terrorismo.
Em causa está, entre outras coisas, a publicação de vários tweets e de uma polémica canção - "Juan Carlos el Bobón", que ainda pode ser ouvida no Youtube - contra o rei Emérito de Espanha.
Hasél estava obrigado a pagar ainda uma multa de 40 mil euros. À falta de pagamento a sentença final converte-se em 2 anos, quatro meses e 15 dias de prisão.
O rapper já tinha sido alvo de outras condenações anteriormente.