Organizadores do protesto garantem que juntaram mais de 2.000 pessoas e 200 tratores no centro da capital espanhola. Luta é contra a burocracia e as regras da UE que dizem permitir concorrência desleal de outros países fora do bloco.
Os agricultores espanhóis voltaram no domingo a protestar em Madrid, levando ao centro da cidade, segundo os organizadores do protesto, cerca de 200 tratores e mais de duas mil pessoas. Já o governo garante que a manifestação juntou cerca de 450 pessoas e perto de 80 máquina agrícolas.
Segundo o El Mundo, a manifestação de domingo foi convocada pela Unión de Uniones de Agricultores y Ganaderos, que tem estado por trás de vários protestos recentes. Os agricultores começaram a concentrar-se em torno do Ministério para a Transição Ecológica durante a manhã de domingo e seguiram caminho até ao Ministério da Agricultura, circulando pelo centro de Madrid e obrigando as autoridades a fazerem vários cortes de trânsito.
A manifestação foi convocada porque os organizadores consideram que o governo espanhol não está a tomar medidas para solucionar o problema de fundo para os agricultores: a competência desleal dos países de fora da UE, que conseguem comercializar os seus produtos com menos exigências do que os locais.
O coordenador da Unión de Uniones, Luis Cortés, disse à imprensa espanhola que o protesto de domingo era "familiar e lúdico", mas garantiu que os agricultores voltarão a aumentar a pressão se não houver soluções. O sector pediu também o apoio dos consumidores, uma vez que tudo que pedem para o campo "se reflete no cesto de compras".
Os agricultores insistiram ainda na redução da burocracia e na eliminação das medidas ecológicas "extremas": alguns levaram mesmo cartazes onde se lia "Não à agenda 2030", ou seja, ao Pacto Ecológico Europeu.
Também no domingo, os protestos dos agricultores estenderam-se à Polónia, onde as queixas são as mesmas de Espanha. Os agricultores começaram ontem um bloqueio fronteiriço que prometem prolongar durante quatro dias, tendo já cortado a fronteira da Polónia com a Alemanha em Świecko, por onde passa uma autoestrada que liga Varsóvia a Berlim e por onde circulam, diariamente, cerca de 17 mil camiões.