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Oposição denuncia "massacre" no Sudão

As forças leais ao general Burhan dispararam sobre os manifestantes
As forças leais ao general Burhan dispararam sobre os manifestantes Direitos de autor Marwan Ali/AP
Direitos de autor Marwan Ali/AP
De  Teresa Bizarro com AP, AFP
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Toda a rede de comunicações foi cortada, mas mesmo assim milhares de manifestantes saíram à rua contra o golpe de Estado militar. Pelo menos 15 pessoas terão sido mortas pelas forças leais ao general Burhan, no poder

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Foi o dia mais sangrento no Sudão, desde o golpe de Estado militar de outubro passado. Pelo menos 15 manifestantes foram mortos pelas forças leais ao general Abdel Fattah al-Burhan. Apesar do novo governo ter cortado todas as comunicações no país, milhares de pessoas saíram à rua. Protestavam contra a tomada de poder que suspendeu a transição democrática, iniciada em 2019 após 30 anos de ditadura de Omar al-Bashir.

Um dos movimentos que liderou a revolta na altura, a Associação dos Profissionais Sudaneses, classifica o que aconteceu esta quarta-feira em Cartum como um "massacre". Acusa o governo de "crimes contra a humanidade" e as forças no terreno de "assassínios premeditados". O sindicato dos médicos pró-democracia confirma a intencionalidade. Diz que as vítimas foram atingidas "na cabeça, pescoço ou tronco" e que os feridos foram perseguidos até aos hospitais. Há vários relatos de granadas de gás lacrimogéneo atiradas contra ambulâncias e hospitais.

Magdy Mohamed Osman, investigador da Human Rights Watch no Sudão, considera que os incidentes desta quarta-feira mostram que os militares levaram "a tomada de poder" a um novo nível. Diz que as forças de segurança empregaram "níveis extremos de brutalidade" contra os manifestantes - incluindo o ataque a instalações hospitalares.

EUA tentam mediar diálogo

A principal diplomata dos Estados Unidos (EUA) para África, Molly Phee, condenou a violência contra os manifestantes e apelou ao "respeito e proteção dos direitos humanos no Sudão".

A Secretária de Estado norte-americana adjunta para os Assuntos Africanos está em Cartum e, nos últimos dias, multiplicou-se em contactos para tentar retomar o processo de transição democrática. Molly Phee, reuniu-se com o General Burhan e com o primeiro-ministro deposto Abdallah Hamdok, que está em prisão domiciliária desde o golpe - cerca de uma centena de funcionários e membros do governo foram detidos depois de 25 de outubro. 

O líder do golpe militar parece não ter qualquer intenção de recuar: fez-se eleger recentemente como chefe da mais alta instituição da transição, o Conselho de Soberania, composto agora apenas por militares ou civis abertamente pró-armamento. O General Burhan continua a prometer eleições em 2023 e afirma que apenas agiu para "corrigir a trajectória da revolução".

Pressão financeira internacional sobre os golpistas

O golpe tem atraído críticas internacionais nas últimas três semanas. Os EUA suspenderam o pacote de 700 milhões de dólares (cerca de 618 milhões de euros) em assistência financeira directa. O Banco Mundial também suspendeu os apoio para as operações no Sudão, cuja economia tem sido atingida por anos de má gestão e sanções. 

As mortes de quarta-feira elevaram para 39 o número de mortos desde o golpe de 25 de Outubro.

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