Protestos contra golpe militar no Sudão fazem sete mortos. Estados Unidos da América suspendem ajuda de 700 milhões de dólares ao país
Pelo menos sete pessoas morreram e mais de 140 terão ficado feridas após soldados sudaneses terem disparado sobre as multidões que protestavam contra a tomada do poder pelos militares.
O balanço foi feito pelo Ministério sudanês da Saúde.
A raiva da população alastrou-se após os militares terem destituído o Governo de transição e decretado o estado de emergência no país.
O golpe militar mereceu o repúdio da comunidade internacional. O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se de emergência, esta terça-feira e os Estados Unidos da América suspenderam a ajuda ao Sudão.
O anúncio foi feito pelo porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price:
"Os Estados Unidos suspendem a assistência de 700 milhões de dólares em dotações de ajuda de emergência de fundos de apoio económico para o Sudão. Esses fundos destinavam-se a apoiar a transição democrática do país, à medida que avaliamos o próximo passo para a programação do Sudão".
O líder dos militares, o general Abdel-Fattah al-Burhan, anunciou que iria ser nomeado um Governo tecnocrático de modo a poderem realizar-se eleições, marcadas para julho de 2023.
Entretanto, os militares manter-se-ão aos comandos do Sudão.
O país tem estado a ser governado por um Executivo de transição, controlado pelo Conselho Soberano sudanês, após o derrube do ditador Omar al-Bashir, em abril de 2019.