Situado no leste do país, o porto liga a ilha à Ásia, à Europa, ao Golfo Pérsico e a vários países africanos.
O Porto de Toamasina, uma plataforma vital para Madagáscar, deverá multiplicar por quatro a capacidade de carga.
Situado no leste da quarta maior ilha do mundo, o porto de Toamasina liga o país à Ásia, à Europa, ao Golfo Pérsico e vários Estados africanos. Oitenta por cento das mercadorias que circulam no país passam pelo porto. Com o aumento da população de Madagáscar, a estrutura portuária deverá expandir-se para responder à procura.
"A infraestrutura existente está ultrapassada porque tem cinquenta anos. Hoje em dia, temos apenas um cais de contentores com uma profundidade limitada e o espaço de armazenamento também é limitado", disse à euronews Christian Eddy Avellin, diretor da Autoridade Portuária de Toamasina.
Objetivo: um milhão de contentores
As obras visam criar um novo cais com 470 metros de comprimento e uma área de armazenamento de contentores. Os cais existentes vão ter maior profundidade. O projeto visa reforçar as ligações do país ao resto do mundo, permitir que mais navios de carga e navios de maiores dimensões possam atracar no porto. no futuro. A capacidade do porto deverá passar de uma média de 250 mil contentores para um milhão.
Os blocos de betão impermeáveis, fabricados localemente, são um elemento chave para a realização de um dos maiores projectos de infra-estruturas de África.
"Utilizamos um sonar 4D quando instalamos os blocos. Ao utilizar o sonar 4D, o operador pode verificar em tempo real o local onde estão instalados", disse Sogawa Kota, engenheiro Civil, da Penta-Ocean Construction Company.
A parceria Madagáscar e o Japão
As obras no porto estão a ser realizadas no âmbito da parceria entre Madagáscar e o Japão. A iniciativa japonesa prevê um empréstimo, ao nível da ajuda ao desenvolvimento, de 350 milhões de euros e um apoio técnico na área da engenharia. A transferência de competências é um elemento essencial da parceria.
"Vinte japoneses e 50 pessoas de outros países estão a ensinar métodos de construção a 600 trabalhadores da construção civil e 100 funcionários de Madagáscar", explicou Taguchi Haruhiro, responsável da Penta-Ocean Construction Company.
"É a primeira vez que trabalho com japoneses. Estou muito entusiasmada porque posso dar mais ao nosso país graças a eles", sublinhou Sitraka Jean D'Annie Rabemanjakasoa, engenheira civil da Penta-Ocean Construction Company.
"Aprendi muitas coisas com os japoneses. Antes de o projeto começar, fomos ao Japão fazer uma formação", contou Emmanuel Julio Rajaonasy, chefe do Novo Departamento de Obras da Autoridade Portuária.
"Uma região Indo-Pacífica livre e aberta"
O Japão financia projectos de desenvolvimento no continente africano há vários anos. Algumas das iniciativas visam contribuem para construir uma região Indo-Pacífica livre e aberta. Uma visão partilhada pelo Japão por países como a Austrália, a Índia e os Estados Unidos.
"Este projeto faz parte de uma visão para melhorar as ligações através do desenvolvimento de infra-estruturas de qualidade. O governo japonês acredita que o estabelecimento de uma ordem internacional livre e aberta, baseada no Estado de direito, no Indo-Pacífico, pode assegurar a paz e a prosperidade na região e mais além", disse à euronews Tanaka Kaori, representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão, em Madagáscar.
Para os operadores de gruas de carga, a expansão do porto é uma boa notícia, ao nível do emprego e do desenvolvimento de competências profissionais. Estão previstos 1000 novos postos de trabalho.
A parceria inclui dois novos projetos: a melhoria das ligações rodoviárias e ferroviárias e a construção de um novo centro de transporte e carga na capital Antananarivo.
"Este projeto vai melhorar as ligações de Madagáscar a África e à Ásia. O nosso país vai poder contribuir mais para a integração regional", afirmou Dina Hariniry Rakotomalala, diretora do sTransportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, do Ministério dos Transportes e Meteorologia de Madagáscar.