O líder espiritual visitava a Polónia, onde se encontra a maioria dos refugiados que fugiram aos avanços militares da Rússia.
Política e religião voltaram a unir esforços contra a guerra. O Patriarca ortodoxo de Constantinopla esteve, esta terça-feira, na Polónia para dar apoio moral aos mais de dois milhões de ucranianos refugiados no país. No caminho, criticou também a atuação da Rússia.
"O meu foco exclusivo nestes dias é permanecer solidário e em oração com os milhões de refugiados que foram deslocados à força pela agressão injustificada e injustificável em curso, bem como pela violência horrenda e dispendiosa causada pela Rússia na pátria soberana da Ucrânia", disse o Patriarca Bartolomeu.
Mas aquilo que para o líder espiritual de Constantinopla é uma "agressão injustificável", para o homólogo russo, faz parte da luta contra o pecado. O Patriarca Kirill, de Moscovo, abençoou a invasão da Ucrânia e a ofensiva do Kremlin contra o que diz ser a pressão dos estrangeiros liberais para realizar "desfiles gay".
A cisão entre igrejas da mesma fé, professada por 30 milhões de crentes, atinge particularmente os fiéis ucranianos, tradicionalmente afetos à Igreja Ortodoxa Russa, que se sentem pressionados para cortar laços com Moscovo.
Por sua vez, a Rússia acusa o Ocidente de financiar o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla para dividir ainda mais uma Igreja que o Kremlin considera parte essencial do mundo russo.