Presidente ucraniano está de visita aos Países Baixos, para discutir apoios à Ucrânia.
Depois da Finlândia foi a vez de os Países Baixos receberem uma visita de Volodymyr Zelenskyy. O presidente ucraniano esteve esta quinta-feira, durante a manhã, em Haia, numa visita sem aviso prévio ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Zelenskyy tem-se manifestado contra a criação de um tribunal híbrido para julgar os crimes de guerra na Ucrânia.
O TPI emitiu em março um mandado de captura a Vladimir Putin, mas não tem competências para julgar a Rússia, uma vez que o país que não é signatário do Estatuto de Roma
Face à impossibilidade de os crimes de guerra na Ucrânia virem a ser julgados em Haia, o líder ucraniano defendeu, esta manhã, a criação de um "tribunal especial", para que haja "justiça em larga escala" e não uma "impunidade híbrida".
Zelenskyy "realista" sobre entrada para a NATO
Já da parte da tarde, o presidente ucraniano deu uma conferência de imprensa ao lado de primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, e do homólogo belga, Alexander de Croo.
Em declarações aos jornalistas, Zelenskyy mostrou-se conformado com o facto de a Ucrânia permanecer de fora da NATO durante a guerra, mas apelou à clareza dos aliados quanto à entrada após a guerra.
"Somos realistas, sabemos que não vamos estar na NATO durante a guerra. Mas durante a guerra queremos obter uma mensagem muito clara de que estaremos na NATO depois da guerra", afirmou o líder ucraniano.
Mark Rutte fez questão de assinalar o simbolismo da presença de Zelenskyy a 04 de maio, dia em que os Países Baixos celebram a libertação das forças nazis, durante a II Guerra Mundial, para estabelecer um paralelismo com a Ucrânia e manifestar solidariedade para com o país invadido.
"A Rússia não pode ganhar esta guerra e deve ser responsabilizada por todos os crimes de agressão e pela injustiça que infligiu ao povo da Ucrânia, dia após dia, nesta guerra horrível. Por isso, que melhor lugar para nos encontrarmos do que aqui, em Haia, a capital jurídica do mundo"
Zelenskyy reconheceu ainda haver algumas divergências na negociações de equipamento militar à Ucrânia, garantindo que a discussão está em aberto.
A par de outros países europeus, os Países Baixos têm mostrado relutância em ceder F-16 à Ucrânia. E, apesar de a decisão ainda está por tomar, Mark Rutte reconheceu haver já "alguns progressos" .