Procurador geral do Tribunal Penal Internacional defende que direito internacional não pode ser um "espectador passivo".
As várias entidades que investigam as atrocidades cometidas na Ucrânia reuniram-se, esta quarta-feira, numa sessão informal do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o objetivo de avaliar o ponto de situação dos inquéritos realizados para averiguar a existência de crimes de guerra na Ucrânia.
De acordo com o procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, não restam dúvidas de que o país é um "cenário de crime", perante o qual o direito internacional não pode ser um "espectador passivo", e de que a verdade da guerra tem de ser apurada.
Um trabalho que, diz Karim Khan, se faz "arregaçando as mangas, trabalhando, conduzindo esforços de investigação à moda antiga, usando tecnologia moderna, aproveitando tecnologias, de satélite, radar ou interceção, e combinando-as para ver o que parece ser verdade".
"E a grande salvaguarda da justiça internacional, não se deve a uma testemunha em particular. Não se deve a uma autoridade nacional de acusação particular. Não se deve a mim. Há juízes acima de nós, juízes independentes que irão avaliar e pesar as provas e, em última análise, fazer determinações", acrescentou ainda o procurador do TPI.
ONU trabalha na criação de corredores humanitários
Pelas contas da Organização das Nações Unidas (ONU), morreram já com a guerra na Ucrânia mais de 2.700 civis. Juntamente com o Comité Internacional da Cruz Vermelha, a ONU espera concluir até sexta-feira a retirada dos que permanecem nas imediações da fábrica da Azovstal, em Mariupol, um dos cenários de guerra mais delicados deste conflito.
A missão espera contar com a influência de António Guterres, esta quinta-feira, em Kiev, para ser concretizada, após a passagem do secretário-Geral das Nações Unidas por Moscovo, onde falou já com Vladimir Putin.