Putin acolhe Cimeira Rússia-África

Putin recebe líderes africanos
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Fim do acordo sobre os cereais ucranianos e futuro do grupo Wagner estarão em destaque no encontro de dois dias, que começa esta quinta-feira.

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Vários líderes africanos chegaram à Rússia para uma cimeira com o Presidente Vladimir Putin.O encontro de dois dias, que começa esta quinta-feira em São Petersburgo, acontece numa altura em que o Kremlin procura aliados no meio dos combates na Ucrânia.Putin apresentou o encontro como um evento importante que ajudará a reforçar os laços com um continente cada vez mais assertivo na cena mundial.

Esta quarta-feira, o presidente russo reuniu com o Primeiro-Ministro da Etiópia, e afirmou que a Rússia irá mais do que triplicar o número de estudantes etíopes que acolhe e garantir os custos de educação. No final do dia, Putin deverá encontrar-se com o Presidente egípcio.

Esta é a segunda cimeira Rússia-África desde 2019. O número de chefes de Estado presentes diminuiu de 43 para 17, segundo o Kremlin, por causa de uma “pressão ocidental grosseira para desencorajar a participação das nações africanas”.

Os 54 países africanos constituem o maior bloco de votação nas Nações Unidas e têm estado mais divididas do que qualquer outra região nas resoluções da Assembleia Geral que criticam as ações da Rússia na Ucrânia.

Dmitry Peskov critica “interferência descarada” do Ocidente

O porta-voz do Kremlin criticou "a interferência descarada” dos Estados Unidos, da França e de outros Estados através das suas missões diplomáticas nos países africanos, e as tentativas de pressionar a liderança destes países para impedir a sua participação ativa no fórum".

"É absolutamente ultrajante, mas não irá de forma alguma impedir o sucesso da cimeira", disse Dmitry Peskov, numa conferência telefónica com os jornalistas.

O conselheiro de Putin para os assuntos externos, Yuri Ushakov, disse que, embora apenas 17 chefes de Estado participem na cimeira, 32 outros países africanos serão representados por altos funcionários governamentais ou embaixadores.

Acordo sobre cereais ucranianos

A cimeira surge na sequência da retirada da Rússia do acordo que permitia as exportações do Mar Negro, vitais para muitos países africanos. A medida suscitou uma forte condenação em todo o mundo e levantou novas ameaças à segurança alimentar global.

A Rússia ignorou as críticas e redobrou os esforços lançando ataques com mísseis sobre os portos e a instalações agrícolas ucranianas. Ao mesmo tempo, Putin prometeu que a Rússia ofereceria cereais gratuitos aos países africanos com baixos rendimentos.

Futuro do grupo Wagner

Para além dos cereais, outra questão que deverá estar em destaque na cimeira será o destino do grupo Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin, na sequência da rebelião contra o Kremlin, no mês passado. 

O futuro do Wagner será uma questão urgente para países como o Sudão, o Mali e outros que celebram contratos com este grupo de mercenários em troca de recursos naturais como o ouro. 

As autoridades russas e Prigozhin já garantiram que o grupo vai continuar a trabalhar em África.

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