Manifestantes concentraram-se em frente à embaixada de França, gritaram "Viva Putin" e incendiaram uma porta. Foram afastados pelo exército.
A embaixada francesa no Níger foi atacada este domingo, no meio da manifestação de apoio à junta militar que tomou o poder num golpe de estado. Uma porta do edifício foi incendiada e o exército teve de dispersar os manifestantes.
Milhares de apoiantes da junta encheram as ruas da capital, Niamey, agitando bandeiras russas, cantando o nome do presidente russo e denunciando a antiga potência colonial.
Emmanuel Macron já tinha dito que "não vai tolerar qualquer ataque contra a França e os seus interesses" e, este sábado, o Eliseu e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, anunciaram a suspensão da ajuda ao Níger.
“Não” à interferência externa
Este domingo, os manifestantes sublinharam a rejeição do país em relação a uma interferência externa. Omar Baomoussa, residente em Niamey deixou uma mensagem à União Europeia, União Africana e CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental): “por favor, não se metam nos nossos assuntos."
A mesma mensagem foi enviada pela junta militar do Níger à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
CEDEAO lança ultimato
Depois da União Africana, que deu 15 dias ao Níger para recolocar no poder o governo eleito democraticamente, foi a fez da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental lançar um ultimato.
O grupo, que reuniu de emergência, este domingo, na Nigéria, não exclui o recurso à força se o Presidente deposto Mohamed Bazoum não for libertado e regressar ao poder.
A CEDEAO "tomará todas as medidas necessárias para restaurar a ordem constitucional na República do Níger" e estas "podem incluir o uso da força", disse o presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Touray, em declarações publicadas na imprensa nigeriana após a cimeira extraordinária.
Touray disse que a reunião também decidiu fechar as fronteiras terrestres, suspender os voos comerciais entre o Níger e os Estados membros, bem como as transações comerciais e financeiras.