EUA entregam munições a Israel e tentam a libertação imediata dos reféns do Hamas

Casa Branca iluminou-se em solidariedade com Israel
Casa Branca iluminou-se em solidariedade com Israel Direitos de autor AP Photo/Jon Elswick
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De  Francisco Marques
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Presidente Joe Biden foi informado da morte de pelo menos 11 norte-americanos na ofensiva do grupo terrorista palestiniano. Portugal pode ter duas cidadãs mortas ou sequestradas

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Os Estados Unidos já estão a fornecer munições a Israel para ajudar na contraofensiva ao ataque do Hamas, em curso desde sábado. 

O secretário de Estado Antony Blinken reforçou, já esta manhã, os "esforços" de Washington para "assegurar a libertação imediata de todos os reféns" sequestrados pelo movimento armado palestiniano, incluído pela União Europeia na lista de grupos e entidades terroristas.

Maior aliada do Estado judaico e iluminada na última noite com as cores da bandeira israelita, a Casa Branca foi rápida a mobilizar-se no apoio militar, nomeadamente com o reposicionamento, ordenado por Joe Biden, da respetiva frota naval ao largo de Israel.

O presidente norte-americano tem previsto comentar esta terça-feira à tarde (hora americana) o conflito em curso no Médio Oriente e condenar os atos de terrorismo antissemita, numa altura em que se confirma a morte de pelo menos 11 norte-americanos durante o fim de semana, no ataque do Hamas a Israel.

O respetivo secretário-geral, Ahmed Aboul-Gheit, esteve já esta semana em Moscovo, onde sublinhou que o atual agravamento da violência israelo-palestiniana é resultado da prolongada ocupação israelita dos territórios palestinianos, do declínio da solução de dois Estados e da atividade dos colonatos de Israel.

Apelo à ajuda humanitária

O secretário-geral das Nações Unidas pediu, entretanto, a ambos os lados em conflito acesso à Faixa de Gaza para pode dar assistência humanitária aos civis indefesos ali bloqueados.

"É tempo de pôr fim a este círculo vicioso de derramento de sangue, de ódio e de polarização. Israel tem de ver materializadas as respetivas necessidades de segurança e os palestinianos têm de poder ver concretizada uma clara perspetiva para o estabelecimento do respetivo Estado", afirmou António Guterres.

A Liga Árabe, por sua vez, marcou uma reunião esta quarta-feira, no Cairo, para debater o agravamento da violência no Médio Oriente.

Na Europa, os chefes de governo de Bulgária, Grécia e Roménia, reunidos em Varna, condenaram em uníssono o ataque do Hamas a Israel, sublinhando o choque europeu pelas alegadas execuções e sequestros cometidos pelo grupo terrorista palestiniano.

Portugueses em Israel

Portugal tem em curso uma operação para retirar cerca de 190 cidadãos portugueses de Israel devido ao conflito armado em curso com o grupo terrorista palestiniano Hamas.

Os cidadãos manifestaram intenção de partir e um avião C-130, da força Aérea Portuguesa, foi mobilizado para concretizar uma primeira fase desse repatriamento organizado pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa.

O voo militar português irá transportar os quase 200 portugueses de Telavive para Larnaca, no Chipre, e dali um avião TAP, fretado pelo Governo, transportará os cidadãos rumo a Portugal.

O ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu, entretanto, não ter conseguido confirmar a presença portugueses entre as vítimas mortas pelos militantes do Hamas nem no grupo raptado pelos terroristas e alegadamente levado para a Faixa de Gaza.

"As autoridades israelitas não conseguem confirmar se há uma portuguesa nessas circunstâncias e, enquanto não tivermos essa informação, não podemos adiantar mais", afirmou João Gomes cravinho, citado pela Lusa.

Rotem Neumann, portuguesa de origem sefardita, tem 25 anos e, de acordo com familiares contactados pelo jornal Público, estava no festival de música pela Paz que foi atacado no sábado pelo Hamas, a poucos quilómetros da Faixa de Gaza. Está incontactável desde sábado de manhã.

Dorin Atias tem 22 anos, é israelita sefardita com passaporte português e também estaria no mesmo festival, no sul de Israel, nas proximidades da Faixa de Gaza. A jovem terá falado com a mãe pela última vez na sexta-feira à noite, contou o correspondente da SIC, Henrique Cymerman.

O ministro disse haver registo de pelo menos 3 mil cidadãos portugueses em Israel, com a grande maioria a beneficiar da dupla-nacionalidade e sem vontade expressa, mesmo na atual situação, de viajar para Portugal.

Sobre o apoio da União Europeia à Autoridade Palestiniana, Cravinho explicou pela RTP porque Portugal se opôs ao corte da ajuda: "Consideramos que não há nenhuma razão para suspender o apoio à Autoridade Palestiniana. Não estamos a falar do Hamas, não há nenhum apoio da UE ao Hamas."

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O ministro acrescentou que colocar todos os palestinianos na prateleira de "culpados por igual" poderia contribuir para "radicalizar a população palestiniana" e defendeu que "grande parte não se revê nestes ataques do Hamas". "Temos de fazer essa distinção", sublinhou.

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