Primeiros repatriados já estão em Lisboa e ainda três portugueses desaparecidos

Portugueses a bordo do voo de repatriamento do Chipre para Portugal
Portugueses a bordo do voo de repatriamento do Chipre para Portugal Direitos de autor Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal/Twitter
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De  Francisco Marques com Lusa
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Repatriamento organizado pelo Governo de Portugal abrange 156 portugueses e algumas dezenas de cidadãos de outros países. Há pelo menos três luso-israelitas desaparecidos

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[Artigo publicado em 11/10/2023 e entretanto atualizado]

O primeiro voo de repatriamento de cidadãos portugueses que estavam em Israel aterrou em Lisboa esta quarta-feira de manhã.

"São 152 portugueses mais 14 cidadãos de outros países europeus. Vêm ainda mais quatro a bordo do C-130 e isso é a totalidade de portugueses que quiseram vir", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, no aeroporto Figo Maduro.

João Gomes Cravinho contou que o avião C-130, da Força Aérea Portuguesa (FAP) "fez duas viagens a Telavive".

"E esse C-130 vai fazer ainda uma terceira viagem para transportar mais quatro portugueses e uma vintena de cidadãos de outras nacionalidades", acrescentou o ministro português, que detalhou que "a maior parte são turistas que estavam em Israel por acaso, mas há também luso-israelitas que tinham lá a sua vida e decidiram retirar-se para Portugal".

O primeiro grupo de portugueses retirado de Telavive para Larnaca incluiu 80 pessoas, que ficou a aguardar um segundo grupo para depois embarcarem juntos para Lisboa, a bordo de um avião da TAP fretado pelo governo português.

A hora de chegada foi antecipada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal através das redes sociais.

O governo português disse nos últimos dias ter registo de haver 3 mil portugueses em Israel, sendo que a "a grande maioria vive lá, tem dupla nacionalidade e não tem manifestado interesse" em deixar aquele país.

Em comunicado, o MNE disse ter coordenado com o Ministério da Defesa uma operação de repatriamento de cidadãos portugueses que manifestassem vontade de deixar Israel. Mais de 150 solicitaram ajuda para esse repatriamento, que estava condicionado às "complexas condições de operação em território israelita". 

Momentos antes da descolagem, no Chipre, uma das cidadãs portuguesas repatriadas de Israel contou à Antena 1 que estavam "todos muito felizes".

"Fomos muito bem recebidos no Chipre, no campo do exército. Foram muito simpáticos e atenciosos", revelou Rute Araújo à rádio pública portuguesa.

Em Israel, onde o balanço de vítimas já ultrapassa os 2 mil mortos e os 7 mil feridos de ambos os lados do conflito, duas portugueses com dupla-nacionalidade israelita foram dadas como desaparecidas no sábado, quando participavam no Festival pela Paz, que foi alvo de um ataque surpresa do Hamas. 

O corpo de Rotem Neumann, de 25 anos, foi encontrado terça-feira, anunciou um primo, citado pela Associated Press.

O corpo da segunda, Dorin Tattas, de 22 anos também terá sido encontrado na terça-feira, mas levou mais tempo a ser identificado devido ao estado em que ficou do impacto de uma granada, de acordo com a informação dada pela própria mãe ao correspondente da SIC Notícias em Israel.

"Temos também conhecimento do desaparecimento de mais quatro luso-israelitas, mas estamos a aguardar mais informação", revelou, em Figo Maduro, o ministro João Gomes Cravinho, enquanto aguardava a chegada do primeiro grupo de portugueses a Lisboa e antes da confirmação da morte da segunda luso-israelita.

Brasileiros repatriados

O primeiro avião de repatriamento de cidadãos brasileiros também chegou ao destino final na madrugada desta quarta-feira.

Um avião KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), transportou 211 passageiros desde Telavive e aterrou pelas 04h10, em Brasília (08h10 em Lisboa), após um voo de 14 horas. 

Depois, 104 passageiros ainda seguiram noutro voo para o Rio de Janeiro, em dois aviões da FAB.

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O Brasil tem previsto realizar mais quatro voos de repatriamento até domingo, incluídos na apelidada "Operação Voltando em Paz". A expetativa é repatriar 900 cidadãos brasileiros de Israel e dos territórios da Palestina.

Italianos e espanhóis também já a salvo

Ao aeroporto de Pratica di Mare, em Roma, chegaram também 400 pessoas entre segunda-feira à noite e terça-feira de manhã. A maioria estava de férias em Israel.

Um dos repatriados que desembarcou terça de manhã contou que "o pior momento" para ele "foi o sábado à noite devido à chuva de 150 rockets na cidade".

"Estávamos exatamente no centro de Telavive. Podíamos ouvir as explosões literalmente a 1 ou 2 quilómetros. Explosões duplas das defesas antiaéreas e dos mísseis", apontou.

A Espanha, chegaram também 200 repatriados, a maioria espanhóis mas também de outras nacionalidades inclusive de fora da União Europeia.

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A operação de repatriamento concluiu-se na madrugada desta quarta-feira, um dia em que foi confirmada a morte de uma hispano-israelita, de 19 anos, que servia como militar numa base próxima da Faixa de Gaza.

"O Governo espanhol volta a reiterar a sua mais enérgica condenação do ataque terrorista do Hamas contra Israel e expressa o mais profundo pesar e todas as condolências à família e próximos pela morte de Maya Villalobo Sinvany", divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha.

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