Manifestações sucedem-se e corpo de luso-israelita é encontrado

Manifestações a favor da Palestina no Canadá e de Israel nos Estads Unidos
Manifestações a favor da Palestina no Canadá e de Israel nos Estads Unidos Direitos de autor AP Photo/Graham Hughes/The Canadian Press via AP//Damian Dovargane
Direitos de autor AP Photo/Graham Hughes/The Canadian Press via AP//Damian Dovargane
De  Francisco Marques
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Apoiantes dos palestinianos reclamam pelo direito à autodeterminação entre uma onda global de condenação ao Hamas e pelo direito à autodefesa de Israel

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Numa altura em que ganha força a contraofensiva de Israel na Faixa de Gaza e em que continuam a ser identificadas as já mais de mil pessoas mortas grupo terrorista Hamas, entre elas uma jovem luso-portuguesa, as manifestações contra e a favor do contra-ataque israelita têm-se sucedido em diversos países.

Em Daca, capital do Bangladesh, a organização islâmica local exibiu cartazes contra a ocupação israelita dos territórios palestinianos.

A revolta palestiniana fez-se ouvir também na Europa. Em Marselha, no sul de França, apesar das autoridades locais terem proibido a realização de manifestações em nome da ordem pública, cerca de 200 pessoas reclamaram pelo direito à terra dos palestinianos.

Os cartazes e os gritos pela autodeterminação dos palestinianos fizeram-se ver e ouvir, assim como as críticas pela alegada imparcialidade das expressões oficiais de lamento pelas ocorrências dos últimos dias no Médio Oriente.

Sarah, uma estudante de Direito, diz que "tudo" o que tem ouvido "é que o Hamas é uma organização terrorista e que os israelitas estão a morrer". 

"Obviamente, lamentamos as mortes de ambos os lados, mas ninguém no mundo pode celebrar a morte de civis, sejam quais forem as suas convicções ou ideologias políticas", defendeu a candidata a jurista.

Corpo de portuguesa encontrado

Em Portugal decorreu esta terça-feira uma vigília de apoio a Israel. Mais de 400 pessoas, incluindo o presidente da Câmara, o social-democrata Carlos Moedas, juntaram-se em Lisboa.

O evento foi promovida pelo embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, para condenar "a brutalidade dos ataques" do Hamas, que diz terem sido "para além do imaginável", e apelar a uma guerra sem quartel contra o terrorismo.

"Estamos numa guerra contra o terrorismo, contra o radicalismo. É uma guerra igual ao '11 de Setembro' e ao grupo Estados Islâmico. Que fique claro, o Hamas é o Estado Islâmico, mas vamos derrotar os terroristas, demore o tempo que demorar", afirmou Dor Shapira.

Poderá demorar semanas, meses, mas não vamos deixar de derrotar o terrorismo.
Dor Shapira
Embaixador de Israel em Portugal

Entretanto, uma das duas luso-israelitas que estavam no Festival pela Paz e que tinha sido dada como desaparecida, Rotem Neumann, de 25 anos, foi encontrada morta, revelou o primo Tomer Neumann, citado pela Associated Press.

O últmo contacto de Rotem com a família acontece sábado de manhã quando as explosões dos rockets começaram a ouvir-se no festival, a sul de Telavive, perto da Faixa de Gaza.

Rotem terá depois fugido de carro com amigos para norte, mas cruzaram-se com militantes armados do Hamas, foram alvejados a tiro e prosseguiram a fuga no sentido oposto, tendo sido perseguidos. Acabaram por seguir a pé para leste.

O grupo terá encontrado refúgio num abrigo de betão em Kibbutz Re’im, uma quinta de agricultores israelitas. Rotem enviou a localização do abrigo via telemóvel para um amigo, mas os terroristas descobriram-nos e terão-nos fuzilado.

Nova Iorque solidária com Israel

No outro lado do Atlântico, em Nova Iorque, casa da maior diáspora de judeus fora de Israel com quase dois milhões de pessoas, milhares de manifestantes condenaram o terrorismo do Hamas, numa concentração na zona leste de Manhattan, nas proximidades das Nações Unidas e do consulado israelita.

Alguns manifestaram preocupação pelos cerca de 150 reféns sequestrados pelo Hamas devido à contraofensiva israelita. 

"Como é que Israel vai conquistar o Hamas e libertar os reféns? Não sei. É muito assustador. Queremos apenas mostrar que os apoiamos. Não podemos fazer mais nada", afirmou um dos manifestantes citado pela ABC.

Para esta quarta-feira, o presidente da câmara Eric Adams convidou membros da comunidade judaica de Nova Iorque para a Mansão Gracie, residência oficial do autarca, e ali darem início ao processo de restabelecimento destes "horríveis" acontecimentos.

"Estes não eram soldados, eram terroristas, e eles queriam infligir não apenas dor física, mas dor e trauma emocionais. Foi intencional e acho que quem celebra isto, que alinha com isto, precisa de fazer uma profundo exame de consciência porque não importa quais sejam as nossas convicções, há limites que simplesmente não podemos simplesmente ultrapassar", afirmou Eric Adams, agradecendo aos "irmãos muçulmanos que estenderam a mão e acrescentaram voz" à condenação do ataque do Hamas.

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Em declarações proferidas no local da vigília, Adams defendeu que "o Hamas deve ser dissolvido e destruído imediatamente".

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