"Discutimos, discordamos, discutimos mais, encontramos soluções e apresentamos resultados"

Presidente da Comissão Europeia com o homólogo da Ucrânia, em Kiev
Presidente da Comissão Europeia com o homólogo da Ucrânia, em Kiev Direitos de autor AP Photo/Efrem Lukatsky
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De  Francisco Marques
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Presidente da Comissão Europeia discursa no Parlamento de Kiev, enquanto os ucranianos mantêm a leste a contraofensiva à invasão russa. A guerra "não está num impasse", garante Zelenskyy

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Com a Ucrânia a manter a contraofensiva a leste, na direção de Bakhmut e também na região de Zaporíjia, e a Rússia a reclamar a destruições de posições ucranianas também na região de Zaporíjia, a Presidente da Comissão Europeia discursou em Kiev perante a Verkhovna Rada, o Conselho Supremo da Ucrânia, o único órgão legislativo do país.

A Presidente da Comissão Europeia aproveitou a ocasião para enaltecer a forma como as instituições ucranianas se mobilizaram para dar os sete passos considerados necessários há um ano em Bruxelas para a adesão à União Europeia, nomeadamente a reforma constitucional da justiça, a nova lei dos media ou o programa anticorrupção.

São medidas importantes para travar o controlo dos oligarcas sobre a vossa vida pública.
Ursula von der Leyen
Presidente da Comissão Europeia

"Sabemos que nem sempre foi fácil. Mas este é o caminho normal de qualquer democracia. Discutimos. Discordamos. Discutimos ainda mais. Depois, encontramos soluções. E depois, apresentamos resultados", afirmou Von der Leyen, no final do discurso que dirigiu ao hemiciclo de 450 deputados da Verkhona Rada.

A presidente da Comissão Europeia aproveitou o palco do Parlamento ucraniano para deixar elogios à resistência dos ucranianos e à capacidade de, ao mesmo tempo que lutam pela pátria e a soberania, conseguirem colocar a nação no caminho que foi interrompido no final de 2013 pelo então presidente, Viktor Yanukovych, que voltou atrás no prometido plano de associação e comércio livre com a União Europeia, cedendo à pressão da Rússia e, com isso, precipitou a chamada revolta de "Euromaidan".

"Quero dizer-vos o quão impressionados estamos com as reformas que fizeram no meio de uma guerra. Nunca devem esquecer: vocês estão a lutar uma guerra existencial e, ao mesmo tempo, estão a reformar profundamente o vosso país", afirmou Ursula von der Leyen.

Zelenskyy desmente "impasse" na guerra

Antes, numa conferência de imprensa lado a lado com a líder da Comissão Europeia, o presidente Volodymyr Zelenskyy desmentiu a ideia deixada há dias pelo comandante chefe das forças armadas, o general Valery Zaluzhny, numa entrevista à revista "The Economist", de que a guerra com a Rússia tinha entrado num "impasse".

Tal como na primeira guerra mundial, chegámos a um nível de tecnologia que nos coloca num impasse.
Valery Zaluzhny
General e comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia

"O tempo passou, as pessoas estão cansadas, mas não estamos num impasse", sublinhou Zelenskyy, lembrando que "a Rússia controla os céus" e a Ucrânia "protege os seus militares". "Ninguém quer apenas sacrifícios como a Rússia faz, enviando os seus cidadãos como se fossem meros pedaços de carne", explicou.

O líder ucraniano lembrou ainda os aviões F-16 cedidos pelos aliados e disse ser preciso que os pilotos aprendam a manobra-los e voltem para que a balança dos recursos militares se equilibre. "Quando tivermos defesa aérea na frente de batalha, os nossos militares poderão avançar e usar o equipamento que têm recebido", perspetivou Zelenskyy.

Outras fontes • Interfax, AP, AFP

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