O recém-empossado primeiro-ministro polaco anunciou a criação de quatro novos ministérios, num esforço para aproximar a Polónia dos valores da União Europeia.
O novo governo de Donald Tusk introduziu quatro novos ministérios com o objetivo de aproximar a Polónia aos valores e padrões europeus. Um deles é o Ministério da Indústria, que ficará instalado na cidade mineira de Katowice, no sul do país.
"O ministério deve ocupar-se do minério, ou seja, da exploração mineira, e da questão da energia, mas energia em termos de combustíveis para as minas. A primeira tarefa mais urgente é a aprovação das ajudas às empresas de carvão. Espero que esta transformação energética, ou o início desta transformação, tenha lugar aqui mesmo, na Silésia", adiantou a nova ministra da Indústria, Marzena Czarnecka.
A ideia também agradou à população da cidade polaca que espera mudanças na região.
"Sou definitivamente a favor. Lembro-me da época em que havia um Ministério de Energia e Mineração aqui e servia muito bem a região", recorda Marian Kedzior, um polaco que vive em Katowice.
Os outros novos ministérios dizem respeito às pastas das Políticas para Idosos, da Sociedade Civil e da Igualdade. Estes são temas urgentes no país, a par de outras questões como os direitos reprodutivos das mulheres e o aborto.
"Haverá um comissário que lidará com igualdade e discriminação no âmbito das medidas anti-discriminação, tanto na área de mulheres como das pessoas com deficiência, mas também na área do chamado arco-íris ou da comunidade LGBTQ +", explicou Katarzyna Kotula, a nova ministra para a Igualdade.
Os ativistas parecem satisfeitos com as novas ideias, mas vão esperar para ver se há mudanças reais nas políticas deste governo.
"Na esfera simbólica, estamos a passar à ação. Atribuo grande mérito a estes ministros e ministérios. Suspeito, tal como toda a comunidade, que estaremos atentos às suas ações. Iremos também cooperar com este governo, algo que tem sido completamente impossível com o governo do [partido] Lei e Justiça. Portanto, existe também uma enorme oportunidade para encontrar as soluções de que tanto temos falado até agora", refere Bart Staszewski, um ativista polaco dos direitos LGBTQ +.
Para os analistas, a nomeação de novos ministros também foi uma boa iniciativa política e um gesto significativo em relação a um grande grupo de eleitores.
"Os problemas de alguns grupos [políticos] motivaram muitas pessoas a irem às urnas. Foi muito importante opormo-nos à ação do anterior governo e este governo, o governo de Donald Tusk, quer dar valor a isso, pelo menos assim o espero", afirma Filip Pazderski do Institute of Public Affairs, em Varsóvia.
2024 será novamente um ano eleitoral na Polónia, com eleições regionais e europeias. Esse será outro teste para o novo governo, que terá de mostrar a sua capacidade de cumprir promessas perante os polacos.