Na semana em que a guerra na Ucrânia entrou no terceiro ano, os líderes europeus tentaram aproveitar mais um aniversário da invasão russa em larga escala para relançar promessas de ajuda ao país. Neste magazine semanal de notícias falamos, também, dos protestestos dos agricultores com João Pacheco.
O presidente francês, Emmanuel Macron, é conhecido pelos seus esforços para promover uma União Europeia mais autónoma e relevante no mundo. Por vezes, esses esforços são feitos de forma repentina e inusitada, como foi o caso de uma espécie de cimeira informal de líderes, em Paris, esta semana.
Macron queria discutir a resposta europeia à agressão russa na Ucrânia, numa altura em que o conflito entrava no seu terceiro ano, mas fez uma sugestão bastante surpreendente: "Não existe, atualmente, um consenso para enviar tropas para o terreno de uma forma oficial e aprovada. Mas, em termos de dinâmica, nada pode ser excluído".
A reação do Kremlin foi imediata, avisando que tal cenário conduziria a um conflito "inevitável" com a Rússia. Muitas vozes se apressaram a excluí-lo, desde os dirigentes de vários Estados-membros, incluindo a Alemanha, até ao secretário-geral da NATO.
A luta dos agricultores continua
Outro ponto alto da semana foi o protesto dos agricultores. No espaço de algumas semanas, voltaram a repetir-se, em Bruxelas, as cenas de uma quase batalha.
Cerca de mil tratores voltaram ao chamado Bairro Europeu e os manifestantes usaram estrume e queimaram pneus para chamar a atenção dos ministros da UE responsáveis pela Agricultura, que se encontravam na cidade.
Os agricultores queixam-se dos baixos preços dos seus produtos, do excesso de burocracia e da utilização ineficaz dos subsídios europeus. Apesar de várias concessões da Comissão Europeia, os agricultores não estão convencidos e prometem continuar a lutar.
Para discutir possíveis soluções para as suas exigências, a Euronews convidou João Pacheco, membro sénior do grupo de reflexão Farm Europe, que tem experiência na gestão das Políticas Agrícolas Comuns da UE.
"O problema é que o valor real dos subsídios da Política Agrícola Comum desceu 30% devido à inflação. Não foi ajustado à inflação. Assim, em termos reais, os agricultores estão a receber menos subsídios numa altura em que a Europa lhes pede mais em termos de proteção do ambiente, mais em termos de normas, etc.", afirmou.
(Veja a entrevista na íntegra em vídeo)