Novos episódios de violência enquanto o país espera pela nomeação de um governo transitório. Quénia vai enviar força de mil polícias.
A violência e caos reinam no Haiti, à medida que avança o plano de criação de um conselho presidencial de transição.
Um incêndio deflagrou na Penitenciária Nacional do Haiti, onde no último fim de semana os gangues lançaram um ataque e libertaram pelo menos 3800 reclusos.
O Haiti está em estado de emergência. Vários bandos de criminosos controlam a maior parte da capital Port-au-Prince e as estradas para o resto do país.
A demissão do impopular primeiro-ministro Ariel Henry, na segunda-feira, abre a porta a uma transição incerta. Um conselho composto por vários países da região, denominado Caricom, irá agora escolher um primeiro-ministro interino e um governo transitório, assim como organizar eleições gerais, o que não acontece no país há mais de dez anos. Os principais partidos e coligações do Haiti já submeteram a este conselho um conjunto de nomes para este governo transitório.
"Precisamos de outro governo, um governo que compreenda o país. Precisamos de encontrar uma boa pessoa que saiba como governar o país, que possa gerir estes problemas, alguém que saiba como funcionam os outros países e que possa fazer o mesmo aqui. O país não pode estar assim. Nós, os haitianos, não podemos viver neste tipo de situação", diz uma mulher.
Um homem lamenta-se: "Só há miséria no Haiti, como é que podemos encontrar comida? O nosso dinheiro não tem valor. Há algum tempo, 5 gourdes (moeda haitiana) podiam ser trocados por 1 USD e agora 5 gourdes não significam nada, não se consegue obter nem 5 cêntimos de um USD."
O Quénia, com mil polícias, vai liderar a missão de segurança aprovada pela ONU com o objetivo de combater a violência dos gangues que assola a nação mais pobre do hemisfério.
Os recentes episódios de violência fizeram já dezenas de mortos e deixaram mais de 15 mil pessoas desalojadas.