Programação de luxo e nomes controversos no Festival de Veneza

Festival de cinema de Veneza
Festival de cinema de Veneza Direitos de autor Venice Film Festival
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De  David Mouriquand
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Festa do cinema na cidade italiana dos canais divulga seleção oficial da 80ª edição

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Os novos filmes de David Fincher, Bradley Cooper, Sofia Coppola, Yorgos Lanthimos, Michael Mann, Ava DuVernay, Woody Allen e Roman Polanski vão ser apresentados no 80º Festival de Cinema de Veneza.

O diretor do festival, Alberto Barbera, anunciou a programação da 80ª edição do mais antigo festival de cinema do mundo, que conseguiu resistir à Covid e nunca cancelou os eventos durante a pandemia. No entanto, este ano, o festival enfrenta um novo desafio com a greve de argumentistas e atores de Hollywood.

O festival é conhecido como uma plataforma de lançamento glamorosa e esperava-se uma menor presença dos Estados Unidos, uma vez que os estúdios estão relutantes em lançar projetos sem a presença de celebridades no tapete vermelho.

No entanto, os receios de um festival "Plano B" foram dissipados. De acordo com Barbera, o alinhamento original dos filmes permanece praticamente intacto. Apenas o filme Challengers, de Luca Guadagnino, da MGM, que estava previsto para abrir o festival a 30 de agosto, foi retirado.

Barbera disse ainda que tem grandes esperanças de que "os atores de produções independentes (dos EUA) - e há muitos em Veneza - venham".

Challengers foi substituído pelo filme italiano Comandante, de Edoardo de Angelis, protagonizado por Pierfrancesco Favino. Society of the Snow, o thriller de sobrevivência de J.A. Bayona, produzido para a Netflix, encerrará o Festival de Veneza a 9 de setembro.

Outra longa-metragem da Netflix, The Killer, de David Fincher, garantiu um lugar na competição. O thriller é protagonizado por Michael Fassbender e Tilda Swindon.

Junta-se a um impressionante alinhamento de competição este ano, que inclui Maestro, o segundo filme de Bradley Cooper após o sucesso de bilheteira de A Star is Born - que estreou em Veneza em 2018.

Yorgos Lanthimos, cujo filme de 2018 A Favorita se tornou um sucesso vencedor de um Óscar, também regressa com Poor Things, um drama de época surreal e gótico protagonizado por Emma Stone .

Também a concorrer ao Leão de Ouro este ano estarão Priscilla, de Sofia Coppola, um olhar sobre a relação de Priscilla Presley com o Rei do Rock and Roll, baseado no livro de memórias de Presley, "Elvis and Me", de 1985; Ferrari, o filme biográfico de Michael Mann baseado na biografia de Brock Yates sobre a lenda italiana do automobilismo Enzo Ferrari, protagonizado por Adam Driver; e The Promised Land, um drama dinamarquês de época protagonizado por Mads Mikkelsen, do realizador Nikolaj Arcel.

Há ainda o drama de ficção científica La Bête, de Bertrand Bonello, com Léa Seydoux e George MacKay, que gira em torno da IA num mundo onde as emoções são uma ameaça; o drama sobre imigrantes The Green Border, da realizadora polaca Agnieszka Holland; Origin, de Ava Duvernay, inspirado no livro Caste: The Origins of Our Discontents", da vencedora do Prémio Pulpzer Isabel Wilkerson, sobre o sistema hierárquico que moldou a América; e Evil Does Not Go Away, a nova longa-metragem surpresa do realizador Ryusuke Hamaguchi.

Seleções polémicas ameaçam ofuscar um cartaz impressionante

As seleções Fora de Competição também proporcionaram um alinhamento promissor este ano, incluindo o último filme de Richard Linklater sobre um psicólogo que trabalha à paisana para a polícia (Hit Man), o novo documentário do veterano cineasta Frederick Wiseman sobre os bastidores de um famoso restaurante parisiense (Menus Plaisirs - Les Troisgros), a última comédia do surrealista francês Quentin Dupieux sobre o narcisismo sem limites dos artistas (Daaaaaali! ), e um documentário que relata o último concerto de piano solo de Ryuichi Sakamoto, realizado pelo seu filho Neo Sora (Ryuichi Sakamoto Opus).

Há também o regresso de Wes Anderson. Depois da estreia em Cannes de Asteroid City, o cineasta estará em Veneza com The Wonderful Story of Henry Sugar, uma série de histórias inspiradas nos contos de Roald Dahl. A longa-metragem de 40 minutos é protagonizada por Ralph Fiennes, Benedict Cumberbatch, Dev Patel e Ben Kingsley.

A seleção Fora de Competição também inclui o drama de William FriedkinThe Caine Mutiny Court Martial, protagonizado por Kiefer Sutherland. Friedkin também estará em Veneza para a exibição de uma cópia recentemente remasterizada de O Exorcista, em comemoração ao 50º aniversário do filme.

Um dos principais pontos de discussão, é a presença de vários realizadores controversos no programa.

O controverso realizador Woody Allen vai estrear o seu mais recente filme Coup de Chance na secção Fora de Competição. É o seu primeiro filme em língua francesa e a sua inclusão no alinhamento vai, sem dúvida, gerar polémica.

Também fora de competição está a nova longa-metragem de Roman Polanski, a comédia negra The Palace. O filme, coescrito por Polanski, centra-se numa festa num luxuoso hotel suíço nas vésperas do novo milénio. O elenco inclui John Cleese, Fanny Ardant e Mickey Rourke.

O último trunfo problemático do festival está, desta vez, em competição: Luc Besson, o realizador francês que foi acusado de alegada má conduta sexual, vai estrear a sua nova longa-metragem, Dogman, um drama protagonizado por Caleb Landry Jones. 

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O realizador espera um regresso, mas resta saber se a crítica e a opinião pública vão  esquecer, ou mesmo aceitar a inclusão destes três realizadores.

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