Como é que a China e a Europa vão alcançar a neutralidade carbónica?

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A euronews reuniu especialistas da China e da Europa num debate especial sobre as formas de alcançar a neutralidade ao nível das emissões de carbono.

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A conferência do clima COP26 está em marcha, e, para marcar o evento, a euronews reuniu especialistas da China e da Europa num debate especial sobre as formas de alcançar a neutralidade carbónica.

"Temos de definir uma meta para atingir a neutralidade ao nível do carbono. É algo que não é negociável. A estabilização do clima, qualquer que seja o nível dessa estabilização, exige emissões líquidas de dióxido de carbono zero. No longo prazo, se a humanidade quiser sobreviver, é necessário parar de usar combustíveis fósseis", afirmou Diana Ürge-Vorsatz, professora de Ciências Ambientais, da Central European University.

China quer atingir neutralidade em 2060

"A maioria dos países, principalmente os países desenvolvidos afirmam que vão atingir a neutralidade carbónica em 2050. A China fala em 2060. Qual é a razão dessa diferença? 

"Penso que a China está a adotar uma abordagem muito prática e metódica, porque a China é o maior país em desenvolvimento do mundo. Na verdade, se fizer as contas, verá que comprometer-se com a meta de 2060 já é ousado.", referiu Jianyu Zhang, diretor do Green Developement Institute.

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DIANA ÜRGE-VORSATZ, PROFESSORA DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS, CENTRAL EUROPEAN UNIVERSITYeuronews

Carros que funcionam como mini-centrais de energia

Um dos problemas da China é a dependência face ao carvão. "Infelizmente, temos que lidar com a questão do carvão o mais rapidamente possível e isso já está no nosso plano. Mas o mais importante é o facto de a China estar a redesenhar, literalmente, o seu sistema nacional de energia", afirmou Changhua Wu, diretor para a Ásia do Jeremy Rifkin Office.

Outro dos temas abordados no debate é a questão do armazenamento de energia. "Daqui a alguns anos, vamos ligar os nossos carros à carga. As baterias desses carros irão fornecer eletricidade à rede. Já há várias empresas de eletricidade que estão a testar essas tecnologias de ligação dos veículos à rede. Os nossos carros vão contribuir para a rede elétrica, como uma espécie de mini central de energia, e dessa forma vão permitir o armazenamento", garantiu Ajay Gambhir, investigador do Instituto Grantham para as Alterações Climáticas e o Meio Ambiente, do Imperial College de Londres.

Produzir energia e reduzir consumo

"Hoje sabemos, por exemplo, como construir e reabilitar edifícios para que sejam basicamente centrais de energia, para que produzam mais energia do que consomem. Podemos reduzir o consumo de energia em em 90 por cento, simplesmente através da inovação. Não são precisas altas tecnologias caras", sublinhou Diana Ürge-Vorsatz, professora de Ciências Ambientais, da Central European University.

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