"Estado da União": Ocidente atento ao "jogo" russo junto à Ucrânia

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De  Stefan GrobeMéabh McMahon
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Em destaque está o forte aumento do contigente militar russo junto à fronteira ucraniana, o que fez soar o alarme nas capitais ocidentais. Sobre este tema, Stefan Grobe entrevistou Ian Brzezinski, analista no Atlantic Council, em Washington D.C (EUA).

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O programa revê os desenvolvimentos do escândalo "sofagate", que deixou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sem cadeira para se sentar na Turquia e as boas notícias que esta deu sobre a vacinação contra a Covid-19.

Em destaque está, ainda, o forte aumento do contigente militar russo junto à fronteira ucraniana, o que fez soar o alarme nas capitais ocidentais. Sobre este tema, Stefan Grobe entrevistou Ian Brzezinski, analista no Atlantic Council, em Washington D.C (EUA), ex-funcionário no governo do presidente dos EUA, George W. Bush.

Stefan Grobe/euronews: Esta espécie de jogo de esgrima da Rússia é um teste à capacidade de resposta e à determinação do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, e dos seus parceiros transatlânticos?

Ian Brzezinski/analista no Atlantic Council: Certamente que é um teste, mas é mais significativo do que isso porque os russos aumentaram de forma muito significativa o contigente militar junto à fronteira da Ucrânia, o maior desde a invasão em 2014. De facto, o General Walters, da NATO, disse que a disposição dessa força é muito semelhante à levada a cabo pela Rússia imediatamente antes da invasão da Crimeia. Portanto, não é apenas um teste que está e m causa. A Rússia tem agora a capacidade de intervir em muito pouco tempo. Deve ser uma grande preocupação não apenas para a Ucrânia, mas também para a comunidade transatlântica.

Stefan Grobe/euronews: O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está pronto para uma guerra que poderia ser mais longa e sangrenta do que o que aconteceu durante a anexação da Crimeia, há sete anos?

Ian Brzezinski/analista no Atlantic Council: O meu receio tem a ver com o facto da resposta do Ocidente às provocações e agressões da Rússia ter vindo a aumentar, constantemente, desde 2014. Portanto, o meu receio é que as respostas do Ocidente, que têm progressivamente aumentado em termos de sanções e ações no terreno, não tenham efetivamente conseguido dissuadir a Rússia. Pelo contrário, o presidente Putin está mais determinado nas suas ambições de vingança. Temo que Putin esteja pronto para iniciar um novo conflito na Ucrânia.

Stefan Grobe/euronews: O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano esteve em Bruxelas, esta semana, para dizer ao secretário-geral da NATO e ao secretário de Estado dos EUA que, desta vez, o seu país quer mais do que apenas palavras calorosas da parte deles. Até onde estará o Ocidente disposto a ir?

Ian Brzezinski/analista no Atlantic Council: Veremos. Biden tem muita influência e muita credibilidade. Penso que de imediato, face à ameaça iminente da Rússia, é preciso enviar mais tropas para a Ucrânia. Penso que deveríamos enviar uma brigada multinacional para fazer exercícios no oeste da Ucrânia, tal como os russos estão a fazer exercícios na fronteira oriental da Ucrânia. Isso complicaria o planeamento militar russo. Em segundo lugar, chegou o momento de debater os detalhes das sanções robustas que seriam aprovadas se a Rússia iniciasse novas hostilidades contra a Ucrânia. Não estou a falar do aumento progressivo e pontual de sanções, que tem caracterizado a resposta dos EUA e do Ocidente à agressão russa no passado, mas antes de sanções económicas setoriais claras que teriam um impacto profundo na economia russa e, portanto, na política interna da Rússia.

Stefan Grobe/euronews: O presidente Biden sugeriu encontrar-se com Putin, num país terceiro, a fim de dissipar as tensões. Quais sao as reais possibilidades de isso acontecer?

Ian Brzezinski/analista no Atlantic Council: É difícil dizer. Putin anseia por reconhecimento, então eu ficaria surpreendido se ele recusasse. Mas as reuniões não têm sentido a menos que sejam complementadas por ações do tipo que acabei de descrever, ou seja, um movimento de tropas, o debate sobre sanções, medidas que possam ser de imediato postas em prática. Esse é o contexto necessário para uma cimeira bilateral eficaz.

Nome do jornalista • Isabel Marques da Silva

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