No Parlamento Europeu alerta-se para os riscos da frustração na região, sobretudo desde que a atenção está muito centrada na Ucrânia.
A Comissão Europeia recomendou, quarta-feira, aos 27 países da União Europeia (UE) que concedam à Bósnia-Herzegovina o estatuto de candidato a Estado-membro.
A abertura do processo de longas negociações depende de um voto por unanimidade e, até lá, o executivo europeu pede ao país que intensifique as reformas para corresponder aos padrões e valores da UE.
"Esta é a nossa oferta para o povo da Bósnia-Herzegovina. Esperamos que a liderança da Bósnia-Herzegovina faça pleno uso desta oportunidade", disse Oliver Varhelyi, Comissário Europeu para o Alargamento.
Dividida em duas entidades desde o fim da guerra nos Balcãs, em 1995, a Bósnia-Herzegovina continua a ser palco de tensões separatistas.
Na região dos Balcãs, o Montenegro, a Sérvia, a Macedónia do Norte e a Albânia já tem estatuto de candidatos. O Kosovo está, também, em negociações.
No Parlamento Europeu alerta-se para os riscos da frustração na região, sobretudo desde que a atenção está muito centrada na Ucrânia.
"Na situação atual, muitos deles sentem-se desapontados e sentem que foram esquecidos. Mas os países dos Balcãs Ocidentais precisam de se aproximar da União Europeia. Precisamos, pelo menos, de dar o estatuto de candidato a alguns deles para podermos reforçar a nossa presença, mas, também, para mostrar a esses países que devem prosseguir as reformas que os levarão à União Europeia", disse Victor Negrescu, eurodeputado romeno de centro-esquerda.
A Turquia, potência gigante na fronteria entre o ocidente e oriente do continente europeu, é país candidato desde 1999, mas com o processo está congleado devido à deriva autoritária do atual regime de Recep Tayyip Erdogan.