UE pondera enviar navios de guerra para proteger navios comerciais dos ataques dos Houthis no Mar Vermelho

Nesta imagem fornecida pela Marinha dos EUA, o navio de desembarque anfíbio USS Carter Hall e o navio de assalto anfíbio USS Bataan atravessam o estreito de Bab al-Mandeb
Nesta imagem fornecida pela Marinha dos EUA, o navio de desembarque anfíbio USS Carter Hall e o navio de assalto anfíbio USS Bataan atravessam o estreito de Bab al-Mandeb Direitos de autor Mass Communications Spc. 2nd Class Moises Sandoval/AP
Direitos de autor Mass Communications Spc. 2nd Class Moises Sandoval/AP
De  Mared Gwyn JonesMaria Psara
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Artigo publicado originalmente em inglês

Bruxelas quer lançar uma missão específica da UE para proteger os navios comerciais no Mar Vermelho dos ataques dos rebeldes Houthi apoiados pelo Irão

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Num documento datado de 10 de janeiro e a que a Euronews teve acesso, os serviços diplomáticos da UE propõem o envio de "pelo menos três" navios de guerra com "capacidades multi-missão" para a região já no próximo mês.

O documento recomenda a "rápida implementação" de uma operação mandatada para atuar "do Mar Vermelho ao Golfo", a fim de proteger a segurança marítima numa região assolada pela instabilidade nas últimas semanas.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, uma série de ataques com drones e mísseis no Mar Vermelho por parte dos Houthis, um grupo rebelde apoiado pelo Irão que controla uma parte do Iémen, ameaçou perturbar gravemente os fluxos comerciais para a Europa.

Muitas das principais empresas de transporte marítimo evitaram temporariamente a zona, por onde passam 12% do comércio mundial e até 30% do tráfego mundial de contentores.

Mas os países da UE têm-se mostrado relutantes em apoiar a Operação Prosperity Guardian (OPG), a missão naval liderada pelos EUA, criada em dezembro. Inicialmente, a Prosperity Guardian contou com o apoio de apenas seis Estados-Membros da UE, três dos quais se distanciaram da missão.

As tensões aumentaram no início do novo ano, quando dez militantes Houthi que tentavam sabotar um navio operado pela Dinamarca foram mortos por oficiais da Prosperity Guardian, o que levou o Irão a enviar a sua própria fragata a 1 de janeiro.

Os Estados Unidos pediram à UE que redireccionasse a sua missão antipirataria Atalanta para apoiar os seus esforços para restaurar a estabilidade no Mar Vermelho. Mas o pedido foi rejeitado pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que disse que o país estava "disposto" a considerar uma missão europeia específica para patrulhar a zona e proteger os interesses comerciais da Europa.

Mas na sexta-feira, a ministra da Defesa, Margarita Robles, disse que a Espanha não participaria numa eventual missão da UE no Mar Vermelho.

De acordo com o documento, a nova operação da UE será coordenada de perto com a Prosperity Guardian e a Atalanta.

"Os Estados-Membros mantêm a decisão de transferir os seus activos de uma operação para a outra, em função das necessidades operacionais", acrescenta o documento.

Ocidente intensifica a resposta aos ataques dos Houthi

As forças americanas e britânicas, com o apoio dos Países Baixos, intensificarama sua resposta aos ataques durante a noite com os primeiros ataques aéreos e de mísseis nas áreas controladas pelos Houthi no Iémen.

A Dinamarca, a Chéquia, os Países Baixos e a Alemanha apoiaram a operação como resposta aos ataques no Mar Vermelho. O ministro dos Negócios Estrangeiros belga também confirmou que o país está a trabalhar com os seus aliados ocidentais para "restaurar a segurança marítima na região".

O Reino Unido também publicou um documento legal em que afirma que a sua resposta é permitida pelo direito internacional.

Um porta-voz da aliança militar da NATO disse na sexta-feira que os ataques liderados pelos EUA no Iémen eram "defensivos", de acordo com a AFP.

"Estes ataques foram defensivos e destinados a preservar a liberdade de navegação numa das vias navegáveis mais vitais do mundo. Os ataques dos Houthi têm de terminar", declarou o porta-voz da NATO, Dylan White.

Outros Estados, incluindo a Turquia e a Rússia, criticaram os ataques aéreos, considerando-os um uso desproporcionado da força. O presidente turco Recep Tayyip Erdoğan acusou os EUA e o Reino Unido de transformarem o Mar Vermelho num "mar de sangue".

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