Respostas à Covid-19 e Ucrânia marcam mandato de von der Leyen

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai recandidatar-se
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai recandidatar-se Direitos de autor Andy Wong/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Sandor Zsiros
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Ursula von der Leyen recebeu o apoio do Parlamento Europeu a 16 de julho de 2019 para tomar posse como presidente da Comissão Europeia. As respostas à pandemia de Covid-19 e à guerra na Ucrânia marcam o legado de cinco anos de von der Leyen.

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O mandato de Ursula von der Leyen na Comissão Europeia tem sido marcado pela gestão bem sucedida de várias crises. O maior desafio para o executivo que lidera surgiu em março de 2020, quando a pandemia de Covid-19 levou a um confinamento com inéditas consequências socio-económicas.

A Comissão Eurpeia liderou a aquisição conjunta de vacinas e a criação do programa financeiro que deu origem aos Planos de Recuperação e Resiliência para os 27 países.

"O fundo para a recuperação assentou num empréstimo colectivo e no princípio da solidariedade de uns para com os outros, o que foi um progresso. Infelizmente, a distribuição do dinheiro não foi suficiente para dar resposta às medidas do Pacto Ecológico Europeu e, também, não houve mecanismos de controlo sobre a eficácia com que este dinheiro é gasto", disse Thomas Waitz, eurodeputado austríaco dos verdes, em entrevista à euronews.

Abraçar a Ucrânia em todas as frentes

Outro grande desafio foi a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, há dois anos. A presidente da Comissão Europeia visitou pouco depois as zonas sob ataque para dar o seu apoio: "Aqui, em Buch,a vimos a nossa humanidade ser destruída", disse.

O executivo comunitário trabalhou com os governos da UE para aplicar sanções económicas contra a Rússia e deixar de depender da importação dos combustíveis desse país.

As declarações sobre solidariedade, sobre o nosso apoio à Ucrânia, têm de ser apoiadas por medidas claras e foi isso que Ursula Von der Leyen conseguiu alcançar.
Andrius Kubilius
Eurodeputado, centro-direita, Lituânia

Por outro lado, a UE entregou ajuda financeira e armas à Ucrânia, apoiando a sua vontade de entrar no bloco assim que possível. "Eles pertencem-nos, são um de nós e queremo-los cá", disse Ursula von der Leyen, granjeando elogios da UE e dos aliados, sobretudo ocidentais.

"Ela está a combinar muito bem o apelo pessoal, emocional e psicológico, tanto para os ucranianos como para os europeus e tem, também, uma visão muito clara e prática do que é necessário fazer pela Ucrânia. As declarações sobre solidariedade, sobre o nosso apoio à Ucrânia, têm de ser apoiadas por medidas claras e foi isso que Ursula Von der Leyen conseguiu alcançar", disse o eurodeputado lituado do centro-direita Andrius Kubilius, em entrevista.

Mas, nos últimos meses, a presidente tem enfentado dificuldades com o Pacto Ecológico Europeu, o novo paradigma para uma economia ambientalmente mais sustentavel. O partido de centro-direita, PPE, a que pertence, critica a carga burocrática para a indústria e para a agricultura.

Em resposta, a Comissão Europeia deixou cair legislação ao nível dos pesticidas e enfraqueceu outra relativa à poluição do setor automóvel, entre outras medidas de suavização do pacto.

"Ela tem vidno a ceder, substancialmente, a esta pressão, o que foi bastante dececionante, não só para mim enquanto membro do parlamento, mas para grande parte da sociedade", afirmou Thomas Waitz.

Num eventual segundo mandato, Ursula von der Leyen poderá dirigir uma parte importante da sua atenção para a política de defesa e segurança, bem como as reformas para o alargamento da UE a mais países.

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