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PPE recusou assinar declaração conjunta de crítica à violência na política

O Partido Popular Europeu (PPE) não subscreveu a declaração conjunta de denúncia da violência política.
O Partido Popular Europeu (PPE) não subscreveu a declaração conjunta de denúncia da violência política. Direitos de autor European Union 2024.
Direitos de autor European Union 2024.
De  Jorge Liboreiro
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Artigo publicado originalmente em inglês

O Partido Popular Europeu (PPE) recusou-se a assinar uma declaração conjunta subscrita pelos principais partidos políticos que denuncia a violência contra os candidatos na capanha para as eleições de junho.

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A declaração intitulada "Em Defesa da Democracia" foi divulgada, quarta-feira, e apresentaca as assinaturas dos Socialistas e Democratas (S&D), Renovar a Europa, Verdes/ALE e A Esquerda, mas, notavelmente, não tinha a da formação de centro-direita.

A declaração de duas páginas é uma reação ao ataque contra Matthias Ecke, um eurodeputado socialista alemão que foi espancado, no fim de semana, enquanto afixava cartazes de campanha em Dresden, na Alemanha. Foram identificados quatro suspeitos, com idades compreendidas entre os 17 e os 18 anos, relacionados com o incidente, que causou comoção em Bruxelas.

Ursula von der Leyen, a cabeça de lista do PPE, condenou o ataque e disse que os "autores devem ser responsabilizados", enquanto Manfred Weber, o líder do partido, expressou "total solidariedade" com Ecke.

"Nós, democratas, estamos juntos contra os inimigos da democracia", disse Weber.

Mas quando chegou a altura de subscrever a declaração conjunta, liderada pela líder do S&D, Iratxe García Pérez, e que circulou entre os líderes partidários, o PPE optou por não a subscrever, acusando os socialistas de estarem a tentar explorar a questão para obter ganhos eleitorais.

"O Grupo PPE não vai assinar uma declaração que tem como único objetivo apoiar a campanha política de um grupo em particular", disse um porta-voz do PPE à Euronews. "Propusemos alterações concretas e razoáveis para chegar a um texto apoiado por todas as forças democráticas que foram especificamente rejeitadas por esse grupo político", acrescentou..

O porta-voz do S&D respondeu, dizendo que as alterações propostas pelo PPE se destinavam apenas a "descafeinar" a extrema-direita: "Houve ataques contra membros da esquerda e dos Verdes, por isso falar de 'um grupo em particular' é um erro".

O comunicado de duas páginas estabelece uma ligação direta entre os atos de violência, assédio, vandalismo, desinformação, difamação e discurso de ódio contra políticos, ativistas e jornalistas com a crescente popularidade dos partidos de extrema-direita em toda a Europa.

"A ascensão da extrema-direita e dos partidos radicais na Europa é uma ameaça ao nosso projeto comum, aos seus valores e às liberdades civis e direitos fundamentais dos seus cidadãos", afirma o comunicado. Nunca permitiremos que qualquer cidadão seja ameaçado no exercício dos seus direitos democráticos".

Sobre as alegações de interferência russa no parlamento, que visam membros do grupo de extrema-direita Identidade e Democracia (ID), o comunicado acrescenta: "Para as nossas famílias políticas, não há ambiguidade: Nunca iremos cooperar nem formar uma coligação com a extrema-direita e os partidos radicais, seja a que nível for".

Os signatários apelam então à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para que "rejeite firmemente qualquer normalização, cooperação ou aliança com os partidos de extrema-direita e radicais".

"Esperamos que ela inclua isto, formal e inequivocamente, nos seus manifestos eleitorais e declarações partidárias", afirmam.

O caminho complicado de Von der Leyen

Apesar de von der Leyen ter criticado a ID, que inclui a Alternative für Deutschland (Alemanha), o Reagrupamento Nacional (França) e a Liga (Itália), tem sido conspicuamente ambígua em relação ao grupo de extrema-direita Conservadores e Reformistas Europeus (CRE), que tem como rosto masi proeminente a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

Desde que Meloni chegou ao poder, no final de 2022, a primeira-ministra e von der Leyen desenvolveram uma estreita relação de trabalho, especialmente no domínio da migração. No ano passado, as duas viajaram juntas para a Tunísia e o Egipto para assinar acordos multimilionários destinados a reduzir as partidas irregulares, uma estratégia fortemente criticada pelas organizações humanitárias.

Para conseguir um segundo mandato, von der Leyen terá de reunir uma maioria absoluta no Parlamento Europeu, o que significa que os votos de Meloni poderão dar frutos.

Além de Itália, as forças do PPE têm acordos de trabalho com partidos de extrema-direita na Finlândia, Suécia e Chéquia.

Mas os deputados socialistas, liberais e verdes estão a avisar que, se a presidente pedir a bênção da CRE, retirarão a sua confiança, tornando impossível a reeleição de von der Leyen.

Nicolas Schmit, o principal candidato socialista, censurou o PPE por se recusar a assinar e exigiu que os conservadores estabeleçam uma linha de demarcação com a extrema-direita.

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"Isto mostra mais uma vez a sua ambiguidade, como revelou Ursula von der Leyen durante o debate da semana passada", disse Schmit nas redes sociais. "Faço um novo apelo ao PPE e ao seu líder: mostrem aos eleitores qual é a vossa posição em relação à extrema-direita".

Em nome dos liberais, Valérie Hayer instou o PPE a "reconsiderar" e avisou que a sua ausência na declaração "põe em causa os seus compromissos na luta comum contra as forças destrutivas de extrema-direita".

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