Transformar cliques em dinheiro: A explosão da economia dos "influencers"

Transformar cliques em dinheiro: A explosão da economia dos "influencers"
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De  Guy Shone
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Nesta edição de The Exchange, analisamos o "boom" da economia dos criadores de conteúdos digitais e vemos por que estão a revolucionar a forma de vermos o mundo.

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O conteúdo é rei - Influencers, vloggers e livestreamers - todos eles fazem parte do próspero mercado de criadores de conteúdos, que atingiu 100 mil milhões de dólares no ano passado. Como é que as marcas transformam os cliques em dinheiro?

À medida que as redes sociais mudam a forma como nos ligamos uns aos outros, será que as empresas que ainda não abraçaram a criação de conteúdos serão deixadas para trás?

Agora, a maioria das pessoas no planeta está familiarizada com as redes sociais. É normal que as maiores marcas mundiais trabalhem com criadores de conteúdos independentes em plataformas como Facebook, Instagram, YouTube e TikTok, enquanto lutam para se manterem relevantes e atraírem novos clientes. A economia dos criadores de conteúdos tornou-se um grande negócio. O mercado cresceu para quase 105 mil milhões de dólares em apenas alguns anos - e a pandemia tem sido um grande fator para alimentar esse crescimento.

Há mais de 50 milhões de pessoas a considerar-se criadores de conteúdos. 2,3 milhões de pessoas afirmam que o fazem a tempo inteiro.

Influenciar a próxima geração

A geração Z e os millennials constituem a maior parte do universo de criadores de conteúdos. São pessoas nascidas entre 1981 e 2012. Muitos são atraídos pela flexibilidade do horário de trabalho, pelo controlo criativo e por serem os seus próprios patrões. Em 2021, mais dinheiro do que nunca foi investido em ferramentas e plataformas que ajudam as aplicações a rentabilizar cliques e vistas.

Alguém que tem vindo a capitalizar esta tendência é a estrela dos media sociais e empresário Abdullah Al-Ghafri, conhecido pelos seguidores como QQQ. Bem-vindo ao programa. Levou menos de 1 ano a chegar a um milhão de assinantes do YouTube. Como começou a tornar-se um influencer?

"Comecei tudo a partir do Snapchat porque é uma aplicação fantástica", conta. "O Snapchat é diferente. Porquê? Porque é direto. Hoje em dia, podemos ver no Instagram que muitas pessoas têm dois milhões ou três milhões de seguidores. Mas no Snapchat, tudo é real. No YouTube, muitas pessoas, há alguns anos, diziam-me: 'Por favor Abdullah, vai para YouTube'. O YouTube precisa de uma equipa inteira. Há sete meses decidi começar no YouTube, mas com uma qualidade muito elevada, talvez mais do que na TV.

As redes sociais remodelaram a sociedade e muitas pessoas diriam que não necessariamente para melhor. Abdullah frisa que é importante que essas transformações devem operar-se de uma forma positiva.

"Hoje em dia, 80 por cento das crianças querem ser cantoras ou jogadoras de futebol. Querem estar nas redes sociais a dançar ou algo parecido. Querem ser como aquelas pessoas, porque estão na moda, mesmo que isso seja mau. É normal quererm isso, porque veem a comunidade a bater palmas e adoram-nas. Esse é o principal problema. Não se trata de liberdade. Trata-se de respeitar o povo. Tem a ver com a próxima geração. Têm de saber o que é bom ou mau", diz o influencer.

A nova geração tem de saber o que é bom e o que não é.
Abdullah Al-Ghafri (QQQ)
Influencer

Para Abdullah, um dos maiores influencers do Médio Oriente, não se trata apenas dos números, a conduta respeitosa e o conteúdo também dão cliques e dinheiro.

Um dos vídeos de "QQQ" no YouTube

Não há dois dias iguais

Ser um influencer e ter milhões de seguidores pode soar como diversão. Mas haverá algo mais do que apenas filmar um vlog? Quanto trabalho é necessário para fazer cada vídeo? Uptin Saiidi traz-nos um olhar sobre como é um dia na vida de um criador de conteúdos, a olevar-nos aos bastidores da VidCon, a grande conferência de criadores de conteúdos vídeo.

"Os milhares de milhões de pessoas que usam o YouTube, Facebook e TikTok. Querem ligar-se a um rosto, a uma pessoa, mais do que a uma grande marca. No ano passado, comecei a fazer os meus próprios vídeos e cresci para 700.000 seguidores. Não ganhei dinheiro no início, mas agora os meus rendimentos provêm do YouTube e do Facebook, que pagam com base no número de visualizações", explica.

Saiidi também trabalha com marcas como companhias aéreas e empresas de tecnologia, fazendo vídeos que promovem a sua mensagem.

Um dos populares vídeos de Saiidi

Aqui, neste evento, encontro tantas pessoas que já o fazem há anos, muitas que chegaram a ganhar milhões de dólares e se tornaram a sua própria marca. Mas para entrar nisto, é preciso amar o que se faz. No primeiro ano ou dois, não se ganha muito dinheiro e é preciso tempo para criar impulso.Também tento certificar-me de que todos os meus vídeos são informativos e, esperemos, divertidos, porque é preciso trazer algum conteúdo único à vida das pessoas", acrescenta.

Mas para entrar nisto, é preciso amar o que se faz. No primeiro ano ou dois, não se ganha muito dinheiro e é preciso tempo para criar impulso.
Uptin Saiidi
Criador de conteúdos vídeo

Por isso, para criar vídeos que obtenham visualizações, não se trata apenas de esperar que se tornem virais, mas sim de criar conteúdos que forneçam valor.

As marcas têm de acompanhar as tendências

Quais os próximos passos? Os media sociais estão a tornar-se mais multifacetados do que nunca, esbatendo as linhas na forma como as pessoas comunicam e percebem o mundo online.

Alessandro Bogliari é co-fundador e CEO da The Influencer Marketing Factory e junta-se a nós a partir de Nova Iorque. Perguntei-lhe sobre como as redes sociais continuarão a desafiar o mundo do marketing e da criação de conteúdos.

"Todos os dias vejo uma nova aplicação, uma nova aplicação de streaming ao vivo ou uma nova rede social. Vamos ver um grande aumento das despesas de marketing porque, mais uma vez, se uma marca não entra agora no marketing dos influencers já é tarde, mas ainda tem tempo. Mas se não acredita nisso, então vai ficar velho para o ambiente que está a ser criado neste momento. Por isso, o que estou sempre a sugerir é que passem tempo nas redes sociais e compreendam o que está a acontecer, porque tudo está a mudar e as pessoas querem estar atualizadas", explica.

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Assim, as grandes marcas devem acompanhar as tendências das redes sociais ou arriscar-se a ficar para trás na curva do consumo.

Contar histórias nas redes sociais é um assunto sério, já não é só um passatempo. A criação de conteúdos pode ser um grande gerador de dinheiro e uma ferramenta de marketing altamente influente. Mas à medida que a tecnologia se torna cada vez mais integrada na nossa vida quotidiana, os influencers e as marcas podem tentar criar um futuro com mais conteúdo socialmente responsável?

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