A manifestação que reuniu milhares de pessoas nas ruas de Copenhaga é talvez a melhor ilustração para o “sabor amargo” deixado pela cimeira do Clima.
Os manifestantes antecipavam o desfecho da conferência internacional, criticando a falta de capacidade dos líderes mundiais para obterem um acordo vinculativo.
Após a conclusão da cimeira, o director-executivo da Greenpeace explicava que “o resultado não é justo, vinculativo ou ambicioso. Durante dois anos, desde Bali, [a Greenpeace] trabalhou para mostrar aos líderes a urgência de um conjunto de acordos que evitem alterações climáticas catastróficas e uma perda de vida que já acontece a um ritmo de 200 a 300 mil pessoas por ano devido aos impactos climáticos. Infelizmente, os nossos líderes não agiram com a urgência que requer a situação”.
Depois de duas semanas agitadas, as ruas de Copenhaga começam a voltar ao normal. Mas os habitantes da capital dinamarquesa não escondem a desilusão.
Um jovem diz claramente que o resultado da cimeira é “uma porcaria, um absoluto desperdício de tempo”.
Outra considera que “as delegações não tinham poder suficiente para negociar e esperaram pelos chefes de Estado. Deviam talvez ter feito ao contrário”.
Fica por saber se o resultado seria diferente, enquanto o Bella Center de Copenhaga fecha as portas num clima de consternação.