ONU convoca conversações de paz para setembro
No Iémen, dois ataques ocorridos na quinta-feira contra a cidade portuária de Hodeida provocaram dezenas de mortos. Os rebeldes Houthi, que controlam a vila estratégica, apontam o dedo à coligação liderada pela Arábia Saudita. Riade contudo rejeita as acusações e acusa os rebeldes de estarem por detrás da ofensiva.
A cidade portuária de Hodeida é um ponto de passagem estratégico na região.
O ataque tem lugar numa altura em que as Nações Unidas estão a tentar garantir um acordo de cessar-fogo entre as partes implicadas no conflito.
O mediador da ONU para o Iémen anunciou na quinta-feira que pretende convidar as partes implicadas no conflito para conversações em Genebra, em setembro.
O diretor do Gabinete da ONU para Assitência Humanitária, John Ging, afirmou em Nova Iorque que o aumento das hostilidades iria ter consequências desastrosas.
"A continuação das hostilidades em Hodeida, a interrupção das operações portuárias ou o cerco à cidade seriam uma catástrofe e devem ser evitadas. Não existe um plano de contingência que proteja de forma eficaz a população civil das consequências humanitárias caso o conflito venha a subir de intensidade. A capacidade das organizações internacionais para responder seria rapidamente esgotada", adiantou Ging.
O conflito no Iémen já provocou mais de 10 milhares de mortos. A intervenção da coligação liderada pela Arábia Saudita em março de 2015 provocou o que a ONU descreve como "a pior crise humanitária a nível mundial".
O Iémen depende de importações para 90% das necessidades alimentares. 70% das mercadorias transitam pelo porto de Hodeida.