Jardineiro compensado em €250 milhões devido a cancro terminal

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De  Francisco Marques com Reuters
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Dewayne Johnson contraiu linfoma de não-Hodgkin após usar produto da americana Monsanto à base de glifosato, o herbicida mais vendido em Portugal

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Um tribunal de São Francisco, nos Estados Unidos, decretou que o "RoundUp", um dos mais comuns herbicidas da Monsanto, à base de glifosato, foi decisivo para o cancro terminal que afeta o jardineiro Dewayne Johnson.

O veredicto condenou, por isso, a polémica empresa a pagar 290 milhões de dólares (cerca de 250 milhões de euros) de indemnização à vítima: $250 milhões por danos punitivos e $39 milhões por danos compensatórios.

O jardineiro revelou-se "satisfeito por poder ajudar" depois de se ter apercebido do perigo do uso do produto RoundUp, que contém glifosato.

Dewayne reconhece que "a causa é bem maior" que qualquer pessoa e espera ter "contribuído para alertar a opinião pública para o uso" deste famoso herbicida.

O tribunal considerou que a Monsanto agiu com má-fé ao ter conhecimento dos perigos do uso do herbicida e não ter informado os clientes dos perigos do respetivo uso.

O vice-presidente da empresa considera, ainda assim, que "este veredicto não altera a enorme evidência científica nem os 40 anos de uso seguro de glifosato em todo o mundo."

"É o herbicida mais usado e mais estudado no mundo", sublinhou Scott Partridge, criticando a falta de reconhecimento do júri pelo produto.

O glifosato foi criado na década de 70 pela empresa norte-americana Monsanto. É um dos herbicidas mais vendidos na Europa, em especial em Portugal.

Esta multa à Monsanto abre um precedente para os mais de 800 processos a correr contra a empresa só nos Estados Unidos. Outros 4000 estarão entretanto em análise, numa altuirta em que a Monsanto já foi adquirida pela alemã Bayer, cujo plano passa por extinguir a as operações agrícolas da Monsanto.

Dewayne Johnson, de 46 anos, trabalhou como jardineiro de uma escola em São Francisco, onde 20 a 30 vezes por ano usava o herbicida RoundUp, da Monsanto.

Sofreu dois acidentes em que ficou ensopado no produto. O primeiro em 2012 e dois anos depois foi diagnosticado com o linfoma de não-Hodgkin, um cancro terminal, que lhe provocou lesões em cerca de 80% do corpo e por vezes o impede inclusive de falar.

O jardineiro tem dois filhos, de 10 e 13 filhos, numa família entretanto suportada pela mulher, que tem vindo a trabalhar em dois empregos de 40 horas semanais, lê-se nos meios de comunicação americanos.

A mulher e os filhos são os beneficiários da indemnização, um pequeno prémio para uma perda sem preço, a do marido e pai, a qeum foi dada uma esperança de vida de poucos anos.

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