"Há um lugar no Inferno para quem promoveu o Brexit sem pensar nas consequências", disse o presidente do Conselho Europeu.
"Aqueles que promoveram o Brexit sem pensar nas consequências vão para o Inferno" - é o que diz o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk. Mesmo se dito com ironia, o apontamento de humor de Tusk não caiu bem em toda a gente.
O episódio aconteceu no encontro entre Tusk e o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar: "Tenho andado a pensar que lugar especial no Inferno é esse que está reservado àqueles que promoveram o Brexit sem terem sequer um esboço de como o fazer de maneira segura", disse o polaco.
Outra polémica neste encontro entre Tusk e o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar aconteceu já depois de acabada a conferência de imprensa, quando se ouve Varadkar dizer a Tusk que "eles", referindo-se ao governo britânico, "lhe iriam dar muitos sarilhos".
O chefe do governo irlandês defendeu ainda a necessidade do mecanismo de salvaguarda na fronteira irlandesa: "Esperamos que este mecanismo não tenha de voltar a ser usado, mas, mais uma vez, estivemos de acordo: É uma garantia jurídica que é precisa, para que não volte a haver uma fronteira física na ilha da Irlanda, ao mesmo tempo que se protege o mercado único europeu e a união aduaneira. Penso que os acontecimentos em Londres e a instabilidade na política britânica nas últimas semanas demonstram que precisamos dessa garantia jurídica", disse Varadkar.
A implementação deste mecanismo foi o principal entrave à aprovação, no parlamento de Londres, do acordo entre o governo britânico e a União Europeia.
Entretanto, um porta-voz de Theresa May já respondeu a Donald Tusk, perguntado se ele "acha que a linguagem que usou pode ajudar em alguma coisa".