Sistema de saúde entre as vítimas do conflito no leste da Ucrânia

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De  Monica PinnaPatricia Tavares
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Falta de médicos, de medicamentos e instalações em mau estado. Os cuidados de

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Falta de médicos, de medicamentos e instalações em mau estado. Os cuidados de saúde estão entre as vítimas do conflito no leste da Ucrânia.

  • As forças ucranianas e os separatistas apoiados pela Rússia começaram a retirar tropas e armas da linha da frente, no leste da Ucrânia.

  • O conflito nas regiões de Luhansk, Donetsk e Donbas começou em abril de 2014 e já matou quase 13 mil pessoas.

  • O sistema de saúde foi fortemente afetado. Um milhão e trezentas mil pessoas precisam de assistência médica.

A vila de Zolote-3 fica a cerca de dois quilómetros da zona de conflito e grande parte dos moradores decidiu fugir. As pessoas que restam são maioritariamente idosos. Na zona de conflito propriamente dita, 30% dos residentes têm mais de 60 anos. Esta população envelhecida sofre de doenças crónicas e o sistema de saúde enfrenta dificuldades.

“Em Zolote, temos 1629 pacientes registados. A médica vem aqui todas as sextas-feiras, examina os pacientes, passa receitas e realiza algumas intervenções médicas. O número de casos de diabetes aumentou juntamente com a hipertensão e doenças cardíacas, mas a diabetes aumentou mais.”
OLHA POLIAKOVA
Enfermeira

Calcula-se que 1500 profissionais de saúde tenham deixado a zona de conflito. Existem apenas três enfermeiras no centro de saúde de Zolote, com um salário reduzido. Também prestam apoio ao domicílio.

“Antes do início da guerra, tínhamos um médico de clínica geral, um dentista, um ginecologista e um pediatra. Quando a guerra começou, as pessoas deixaram os empregos sem sequer pedirem para receber o salário, porque estavam com medo.”
ALLA CHEMETIEVA
Residente ZOLOTE-3

A filial espanhola da ONG Médicos do Mundo, financiada pela Ajuda Humanitária da UE, começou a trabalhar na região de Luhansk em 2015. Preenche a falta de recursos humanos locais com duas unidades móveis de saúde. Seguimos para Zolote-3, numa dessas unidades. A equipa da Médicos do Mundo tinha mais de 40 pacientes à espera naquele dia. Foram examinados, ouvidos e receberam medicamentos.

Halyna é uma viúva de 81 anos. Mora sozinha com uma reforma mensal de 100 euros. Vai ao centro de saúde para receber apoio psicológico e medicamentos para a diabetes. Disse-nos que o acesso a serviços de saúde especializados é difícil, tanto em termos de custos como de distância. Sente que as autoridades a abandonaram, assim como ao território: “Estávamos no centro deste distrito e agora estamos na zona de conflito, as autoridades abandonaram-nos. Não há ninguém para manter os prédios e as casas à nossa volta. Estamos por nossa conta."

A ajuda humanitária da UE permaneceu estável durante a guerra. Prestaram assistência aos dois lados do conflito, embora tenham mais dificuldade em avaliar as necessidades nas zonas que não são controladas pelo governo.

“No caso de desenvolvimentos no terreno, estamos prontos a mudar as nossas prioridades e a fornecer ajuda sempre que necessário, desde que tenhamos acesso às pessoas, assim como os nossos parceiros. Quer exista ou não um acordo de paz, haverá necessidade de ajuda humanitária no terreno durante, pelo menos, um ou dois anos."
SRDAN STOJANOVIC
Ajuda Humanitária UE

De 98% em 2014, o financiamento internacional para cuidados de saúde no leste da Ucrânia caiu para 38%, em 2018.

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