Falta de médicos, de medicamentos e instalações em mau estado. Os cuidados de
Falta de médicos, de medicamentos e instalações em mau estado. Os cuidados de saúde estão entre as vítimas do conflito no leste da Ucrânia.
As forças ucranianas e os separatistas apoiados pela Rússia começaram a retirar tropas e armas da linha da frente, no leste da Ucrânia.
O conflito nas regiões de Luhansk, Donetsk e Donbas começou em abril de 2014 e já matou quase 13 mil pessoas.
O sistema de saúde foi fortemente afetado. Um milhão e trezentas mil pessoas precisam de assistência médica.
A vila de Zolote-3 fica a cerca de dois quilómetros da zona de conflito e grande parte dos moradores decidiu fugir. As pessoas que restam são maioritariamente idosos. Na zona de conflito propriamente dita, 30% dos residentes têm mais de 60 anos. Esta população envelhecida sofre de doenças crónicas e o sistema de saúde enfrenta dificuldades.
Calcula-se que 1500 profissionais de saúde tenham deixado a zona de conflito. Existem apenas três enfermeiras no centro de saúde de Zolote, com um salário reduzido. Também prestam apoio ao domicílio.
A filial espanhola da ONG Médicos do Mundo, financiada pela Ajuda Humanitária da UE, começou a trabalhar na região de Luhansk em 2015. Preenche a falta de recursos humanos locais com duas unidades móveis de saúde. Seguimos para Zolote-3, numa dessas unidades. A equipa da Médicos do Mundo tinha mais de 40 pacientes à espera naquele dia. Foram examinados, ouvidos e receberam medicamentos.
Halyna é uma viúva de 81 anos. Mora sozinha com uma reforma mensal de 100 euros. Vai ao centro de saúde para receber apoio psicológico e medicamentos para a diabetes. Disse-nos que o acesso a serviços de saúde especializados é difícil, tanto em termos de custos como de distância. Sente que as autoridades a abandonaram, assim como ao território: “Estávamos no centro deste distrito e agora estamos na zona de conflito, as autoridades abandonaram-nos. Não há ninguém para manter os prédios e as casas à nossa volta. Estamos por nossa conta."
A ajuda humanitária da UE permaneceu estável durante a guerra. Prestaram assistência aos dois lados do conflito, embora tenham mais dificuldade em avaliar as necessidades nas zonas que não são controladas pelo governo.
De 98% em 2014, o financiamento internacional para cuidados de saúde no leste da Ucrânia caiu para 38%, em 2018.