Frio matou mais de 100 pessoas desde setembro

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De  Ricardo FigueiraÁdám Magyar, em Budapeste
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Uma lei de 2018 criminaliza os sem-abrigo na Hungria, o que empurrou muitos para os bosques em redor de Budapeste.

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O frio marca o dia-a-dia de muitos húngaros, em especial os sem-abrigo do país, que são cerca de 30 mil, segundo dados de há pouco mais de um ano. Desde setembro, o frio matou mais de cem pessoas.

Mihaly, a viver nas ruas de Budapeste, partilha a pouca comida que tem com os pardais, que, diz ele, também sofrem com o frio. Já passou noites em abrigos, mas prefere a rua: "Evito os albergues. Lá, as pessoas roubam, discutem em voz alta e há escaramuças. Não vou lá", diz.

Em 2018, a lei húngara criminalizou os sem-abrigo. A partir daí, muitos passaram a dormir em tendas nestes bosques em redor de Budapeste. Com as rendas na capital a preços proibitivos, ficam à mercê do frio e da neve, no Inverno, das formigas e carraças no verão.

Mas um teto não é sinónimo de calor. Dois terços das mortes por hipotermia acontecem dentro de apartamentos: "Muitas das vítimas são pessoas idosas ou doentes que vivem sozinhas. Passar algumas horas expostas a temperaturas de cinco a dez graus Celsius é o suficiente para arrefecer o corpo de forma fatal. Estas pessoas não podem cortar lenha e fazer uma fogueira nem conseguem pagar o gás para se aquecerem devidamente nos dias frios do inverno", diz  Endre Simó, fundador da ONG "Fórum Social Húngaro".

Estima-se que, desde a transição democrática na Hungria em 1990, cerca de 8500 pessoas tenham morrido por causa do frio.

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