Atualização da epidemia em Portugal revela aceleração das infeções, mas a taxa de transmissibilidade abrandou. Em Espanha, o certificado covid perde força
A incidência de infeções pelo SARS-CoV-2 agravou-se em Portugal e esta sexta-feira a Direção-Geral de Saúde revelou estar a diagnosticar a cada 14 dias 6.130,9 casos por cada 100 mil habitantes, num dia em que somou quase 64 mil novos infetados e 44 mortes com Covid-19.
A atualização diria da epidemia revelou no entanto que o índice Rt, que mede o número de infeções gerado por cada doente, está a abrandar, tendo recuado uma centésima dos 1,17 de quarta-feira para os 1,16 desta sexta-feira.
Nos hospitais, entretanto, houve um agravamento no número de camas ocupadas. São agora 2.320 os "doentes covid" internados, mais 71 do que na quinta-feira, e deste total há 152 nos cuidados intensivos, mais cinco que na véspera.
A dois dias da chamada às urnas para as Legislativas, entre infetados e casos de contacto em vigilância profilática, há 1,1 milhões de pessoas em isolamento.
O governo abriu uma exceção para quem está em isolamento poder sair de casa no domingo e exercer o direito de voto entre as 18 horas e as 19 horas.
As autoridades apelam aos eleitores que estejam em isolamento para evitar deslocações em transportes públicos, para usarem máscaras de proteção FFP2, respeitarem as distâncias de segurança e a higienização das mãos para evitar a propagação do vírus.
Em Portugal mantém-se ainda várias medidas de contenção da Covid-19, como a apresentação obrigatória do certificado digital covid para aceder a restaurantes, estabelecimentos turísticos, espetáculos culturais, eventos com lugares marcados e ginásios.
O documento começa no entanto a perder força noutros países europeus.
Em Barcelona, por exemplo, deixou de ser necessário esta sexta-feira a apresentação do que em Espanha se apelida "passaporte covid" para aceder a bares, restaurantes ou ginásios.
No entanto, na comunidade valenciana, o "passaporte covid" mantém-se obrigatório, pelo menos até 28 de fevereiro.
Na Dinamarca, apesar do levantamento da maioria de restrições a partir de um de fevereiro, muitas empresas já anunciaram que pretendem manter em vigor algumas regras no local de trabalho, receando um eventual agravamento das infeções semanas após o levantamento das medidas.
A tendência europeia parece ser a de ajudar a economia através da recomendação de que todos temos de aprender a viver com o vírus.
É o caso da Alemanha, onde as autoridades garantem ter a Covid-19 sob controlo mesmo com as infeções a aumentar diariamente e uma incidência de mais de mil casos por 100 mil habitantes.
"Penso que temos a Ómicron sob controlo na Alemanha. É uma vaga cuja propagação não se pode controlar, mas as consequências sim e esse é o nosso objetivo. Queremos minimizar as consequências", afirmou Karl Lauterbach, o novo ministro da Saúde da Alemanha.
Mais a leste, a situação não é tão positiva. A Rússia terá ultrapassado a fasquia dos 700 mil mortos, de acordo com a Reuters. As autoridades de saúde russas anunciaram mais 673 óbitos em 24 horas e colocam o total de óbitos em quase 330 mil, menos de metade dos calculou a agência de notícias internacional.
O país bateu entretanto um novo recorde diário de infeções, com o registo de mais de 98 mil novos casos e o próprio Kremlin a admitir que as infeções devem de ser mais dada a fluidez de propagação da variante Ómicron.
Houve pelo menos mais 14 mil doentes a necessitar de hospitalização entre quinta e sexta-feira na Rússia.