Maria Ovsyannikova denunciava "agressão" de Putin contra a Ucrânia. Kremlin denuncia "ato de hooliganismo"
Uma mensagem contra a guerra em plena televisão estatal russa. Apesar de saber que seria imediatamente detida, a jornalista Maria Ovsyannikova não hesitou em interromper o telejornal do Canal Um russo exibindo um cartaz que dizia: "Não à guerra. Não acreditem na propaganda. Estão a mentir-vos. Russos contra a guerra".
A jornalista também difundiu na internet um vídeo onde acusa diretamente o presidente Vladimir Putin pela "agressão" contra a Ucrânia.
Ovsyannikova explica que o pai é ucraniano e a mãe é russa e diz que o colar que exibe com as cores dos dois países é "um símbolo de que a Rússia tem de pôr fim imediatamente a esta guerra fraticida".
A jornalista acrescenta que, "no último ano", esteve "a trabalhar com a propaganda do Kremlin no Canal Um" e diz que se sente "envergonhada por ter permitido mentiras na televisão e a lavagem cerebral do povo russo".
O porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov denunciou um "ato de hooliganismo".
A nova lei russa contra o que Moscovo define como "notícias falsas" proíbe o uso da palavra "guerra" acerca da Ucrânia e prevê penas de até 15 anos de prisão.
Desde o início do conflito, cerca de 15.000 pessoas foram detidas na Rússia em protestos contra a guerra.