Líderes dos dois países estiveram reunidos cara-a-cara no Uzbequistão
Separados à mesa, mas unidos por uma amizade "sem limites" e contra a hegemonia americana.
Em Samarcanda, no Uzbequistão, o presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo chinês, Xi Jinping, reuniram-se pela primeira vez, cara-a-cara, desde o início da guerra na Ucrânia.
Pequim deixou claro que entende os motivos que levaram a Rússia a lançar a "operação militar especial", o que foi música para os ouvidos de Putin.
"Agradecemos muito a posição equilibrada dos nossos amigos chineses em relação à crise na Ucrânia", disse o presidente russo.
Ao amigo Xi Jinping, Vladimir Putin levantou a ponta do véu sobre a mensagem que vai passar, esta sexta-feira, durante a cimeira de chefes de Estado da Organização para a Cooperação de Xangai (SCO no acrónimo em inglês).
"As tentativas para criar um mundo unipolar assumiram recentemente uma forma absolutamente feia e são completamente inaceitáveis", lembrou o presidente russo.
Já Xi Jinping evocou as tensões em Taiwan e deixou uma mensagem clara às forças de desestabilização. Apelou ao homólogo russo a liderar em conjunto um mundo em mudança: "perante um mundo, era e história em constante mudança, a China está disposta a fazer esforços juntamente com a Rússia para assumir o papel de grandes potências e desempenhar um papel orientador para injetar estabilidade e energia positiva em um mundo abalado pela turbulência social."
O presidente russo também teve encontros bilaterais com outros líderes de países da Organização para a Cooperação de Xangai, como o Turcomenistão ou o Quirguistão.
Especialistas dizem que a organização nasceu para contrabalançar a influência dos EUA no mundo.
Na cimeira desta sexta-feira, discute-se o pedido adesão do Irão ao grupo de segurança geopolítica regional.
Putin deve encontrar-se com os líderes do Azerbaijão, Índia e Turquia.