Desertor do grupo Wagner disposto a contar segredos da invasão russa na Ucrânia

Um alegado comandante do grupo paramilitar privado russo Wagner, a atuar a Ucrânia e noutros teatros de guerra, fugiu para a Noruega, onde está disposto a falar e contar o que sabe sobre crimes de guerra cometidos pelos russos.
As autoridades norueguesas confirmam ter detido Andrei Medvedev depois de atravessar a fronteira entre a Rússia e a Noruega, no norte da Península Escandinava. Medvedev foi depois levado para Oslo. Sabe-se que pretende pedir asilo.
O advogado que o representa diz que a Noruega não concede asilo político a criminosos de guerra e o caso dele terá de ser muito bem escrutinado.
Medvedev quer contar pormenores sobre as atividades do grupo Wagner na Ucrânia, nomeadamente maus-tratos e execuções sumárias de prisioneiros russos obrigados a combater. Diz ainda ter vários segredos a respeito do fundador do grupo, Yevgeny Prigozhin, considerado uma figura próxima de Vladimir Putin.
Prigozhin confirmou que Medvedev trabalhou para o Wagner e diz que tem dupla nacionalidade russa e norueguesa. Medvedev era procurado desde julho, altura em que deixou o grupo de mercenários, descontente com a situação. O Wagner está presente não só na Ucrânia, como em várias partes do mundo, nomeadamente em África.