Seca de médicos leva Veneza a lançar apelo internacional à contratação

Gôndolas estacionadas durante a maré baixa em Veneza
Gôndolas estacionadas durante a maré baixa em Veneza Direitos de autor AP Photo/Luigi Costantini
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De  Francisco Marques
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Itália está a enfrentar uma crise de profissionais de saúde e a cidade dos canais lançou a campanha de sedução "Dottore, la città più bella del mondo ti sta aspettando!"

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Se é médico e quer conciliar trabalho com beleza, Veneza está à sua procura. Aliás, juntar trabalho e beleza é mesmo o mote da inédita campanha internacional agora a correr em Itália para combater a falta de médicos na famosa cidade italiana dos canais.

"Doutor, a cidade mais bela do mundo está à espera de si" é a frase que procura seduzir médicos de todo o mundo a arriscarem mudar-se para uma das mecas do turismo mundial e ali exercerem medicina geral.

Os candidatos devem ter em conta que se trata de uma cidade excessivamente procurada por turistas e, por isso, com um custo de vida inflacionado, mas as autoridades de saúde local prometem ajudar os interessados a instalarem ali o negócio.

"Estamos a ajudar a encontrar uma clínica ambulatória e alojamento a preço digno, colocando-os em contacto com o pessoal, com o hospital e com a atividade hospitalar, precisamente para facilitar o cuidado do paciente, da pessoa, do cidadãos", explicou Manuela Lanzarin, assistente de Saúde e de Serviços Sociais da região de Veneto, a que pertence Veneza.

A crise de médicos não é exclusiva de Veneza, sente-se aliás por toda a Itália e sobretudo na região norte da bota europeia. Tendo por razoável um rácio de um médico por cada 1.250 utentes e os dados disponíveis a 1 de janeiro de 2022, um estudo da Fundação Gimbe calcula uma carência no Serviço de Saúde de Itália de 2.876 médicos de medicina geral e, a manter-se a tendência, de 3.400 em 2025.

Só na Lombardia, refere o mesmo estudo, falta um milhar de médicos e em Veneto pelo menos 482. Além disso, dos 40.250 médicos de medicina geral em Itália, 42,1% superavam o rácio dos 1.500 pacientes, o máximo previsto que reduz a qualidade da assistência prestada.

Em Veneza, está apenas a agudizar-se devido ao facto de apenas existirem atualmente 44 médicos de família em atividade e a maioria destes em idade avançada, com poucas perspetivas de serem substituídos quando se reformarem.

A tendência italiana sugere que, apesar de a frequência de cursos de medicina estar a crescer, os jovens médicos a serem formados não venham a conseguir ocupar sequer 50% dos lugares disponibilizados pelas aposentações, estima o Conselho Nacional de Previdência e Assistência dos Médicos e Dentistas.

Por isso, foi lançada a campanha internacional há uma semana, com uma projeção de luz no Campo São João e Paulo, diante do hospital civil de Veneza, e propagada pelas redes sociais e pela imprensa, com vista à sedução internacional de médicos oriundos de todo o mundo.

O trabalho poderá permitir aos interessados uma remuneração mensal líquida estimada entre os 2.500 e os 5 mil euros.

Algumas das primeiras respostas, de acordo com o divulgado por alguma imprensa local, surgiram do Brasil.

Outras fontes • Ansa

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