Chile assinala os 50 anos do golpe de Estado

Marcha assinalou 50 anos do golpe de Estado no Chile
Marcha assinalou 50 anos do golpe de Estado no Chile Direitos de autor 10/09/2023. Esteban Felix/Copyright 2023 The AP.
Direitos de autor 10/09/2023. Esteban Felix/Copyright 2023 The AP.
De  Euronews com AFP, EFE, LUSA
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Portugal está no grupo de oito países que esta segunda-feira assinam um "compromisso com a democracia" e é, para já, o único país fora da América Latina a participar na iniciativa do governo chileno.

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No documento “Compromisso: Pela Democracia, sempre”, os países comprometem-se a “fortalecer os espaços de colaboração entre Estados através de um multilateralismo maduro e respeitoso das diferenças, que estabeleça e persiga os objetivos comuns necessários para o desenvolvimento sustentável das sociedades”.

Portugal, Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México e Uruguai assinam hoje, no Chile, este compromisso, no contexto dos 50 anos do golpe de Estado de Augusto Pinochet.

A inclusão de países estrangeiros é o capítulo internacional do texto. Na quinta-feira, o Presidente do Chile, Gabriel Boric, e os quatro ex-presidentes sobreviventes Eduardo Frei Ruiz-Tagle (1994-2000), Ricardo Lagos (2000-2006), Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018) e Sebastián Piñera (2010-2014 e 2018-2022) assinaram o documento sobre os 50 anos do golpe de Estado.

O primeiro ponto do documento estabelece o compromisso com “o cuidado e com a defesa da democracia, respeitando a Constituição, as leis e o Estado de Direito”.

No segundo, os signatários comprometem-se a “enfrentar os desafios da democracia com mais democracia, nunca com menos, condenando a violência e incentivando o diálogo”.

No terceiro, prometem “fazer da defesa e da promoção dos direitos humanos um valor compartilhado pela comunidade política e social chilena”.

O quarto ponto é o capítulo internacional para “fortalecer os espaços de colaboração entre os Estados”.

Gabriel Boric não conseguiu o compromisso dos partidos de extrema-direita e da direita tradicional, atualmente maioria no Parlamento e na Assembleia Constituinte, para redigir uma nova Constituição do país. Defensores do modelo económico neoliberal de Pinochet, aqueles partidos justificam o golpe militar de 11 de setembro de 1973 como necessário para livrar o país do comunismo do socialista Salvador Allende.

Marcha em memória das vítimas da ditadura termina em confrontos

A Marcha em memória das vítimas da ditadura de Pinochet, organizada este domingo, em Santiago do Chile, terminou em confrontos com a polícia.

A maioria dos manifestantes marchou de forma pacífica, mas algumas pessoas arremessaram pedras contra o palácio presidencial, destruíram as barreiras de segurança colocadas na via pública e danificaram o acesso a um centro cultural localizado no edifício.

Três polícias ficaram feridos e três pessoas foram detidas na sequência destes incidentes, segundo fontes governamentais.

Presidente chileno, Gabriel Boric, tornou-se o primeiro presidente do país a participar no cortejo desde o fim da ditadura, em 1990. 

50 anos do golpe de estado

Passaram 50 anos desde que a junta militar do Chile chegou ao poder. 

No dia 11 de setembro de 1973, o exército chefiado pelo General Augusto Pinochet lançou um golpe com o apoio secreto dos Estados Unidos. 

Os soldados tomaram o palácio presidencial, destituindo o presidente Salvador Allende, que se suicidou. 

Pinochet manteve-se no poder durante 17 anos, um período de ditadura em que mais de 3.000 pessoas morreram ou desapareceram e cerca de 200.000 fugiram para o exílio. Ainda hoje, apesar dos debates recorrentes, a Constituição de 1980 continua em vigor.

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