Dia 33 da Guerra Israel-Hamas: Operação terrestre israelita avança pela Cidade de Gaza

Buscas por sobreviventes após bombardeamento em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza
Buscas por sobreviventes após bombardeamento em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza Direitos de autor AP Photo/Fatima Shbair
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De  Francisco Marques
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A madrugada desta quarta-feira ficou marcada pelos bombardeamentos no norte, centro e sul do território controlado pelo Hamas. Balanço de mortos de profissionais de saúde aproxima-se dos 200

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Os bombardeamentos israelitas mantêm-se intensos sobre a Faixa de Gaza ao 33.° dia de guerra entre Israel e o Hamas, o grupo político e paramilitar que controla o enclave palestiniano.

Apesar dos apelos da comunidade internacional, incluindo do mais forte aliado, o Estados Unidos, para um cessar-fogo ou pelo menos permitir pausas humanitárias para deixar chegar ajuda aos civis ou permitir a fuga dos inocentes do terreno de combate, Israel insiste na contraofensiva ao ataque terrorista do Hamas cometido a 7 de outubro, que fez pelo menos 1.400 mortos em território israelita.

Na última atualização de terça-feira, o Ministério da Saúde do Hamas agravou o balanço de mortos em Gaza para pelo menos 10.328, incluindo 4.237 crianças e 2.741 mulheres, destaca a mesma fonte, sem possibilidade de confirmação imparcial.

Por outro lado, assegura Israel, mais de 240 reféns continuam sequestrados na Faixa de Gaza pelo Hamas e pela Jiad islâmica, outro grupo extremista palestiniano ali aquartelado.

Bombardeamento israelita sobre a Faixa de Gaza logo a 7 de outubro
Bombardeamento israelita sobre a Faixa de Gaza logo a 7 de outubroAP Photo/Fatima Shbair

A contraofensiva terrestre de Israel prossegue já dentro da Cidade de Gaza, bastião do Hamas, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu assinalou o primeiro mês de contraofensiva com uma visita a uma base militar das Forças de Defesa de Israel, onde reiterou o objetivo de destruir o Hamas e elogiou o progresso das Forças de Defesa de Israel (IDF/Tsahal).

"Desde o início da operação terrestre, já destruímos inúmeros quartéis, túneis, bases e estruturas do Hamas. O Hamas está a perceber que chegamos a lugares que não pensavam sermos capazes", afirmou Benjamin Netanyahu, que recusa qualquer cessar-fogo até que os reféns retidos pelos grupos palestinianos sejam libertados.

Joe Biden confirmou ter pedido a Netanyahu que permita "pausas humanitárias" e o primeiro-ministro não fechou essa porta, mas insistiu que o momento não é ainda para um cessar-fogo.

Bombardeamento de norte a sul

Da madrugada desta quarta-feira, há relatos de bombardeamentos israelitas nas proximidades dos hospitais Indonésio e do de Al-Shifa e em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, mas também no sul, em Khan Younis, e no centro, em Nuseirat.

As fontes possíveis no terreno falam em vários mortos vítimas destes bombardeamentos.

Já Israel, confirmou a baixa de mais um soldado, aumentando para 31 mortos o balanço de vítimas israelitas na operação terrestre atualmente em curso dentro de Gaza e que já levou mais de 1,5 milhões de pessoas a deslocarem-se para sul dentro do enclave.

A Cruz Vermelha internacional criticou, entretanto, o alegado ataque israelita desta terça-feira contra um comboio de cinco camiões e dois outros veículos do organismo que transportavam ajuda médica para hospitais na Cidade de Gaza, o que vai contra o direito internacional em conflitos armados.

Pelo menos um dos condutores ficou ferido, num dia em que a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) agravou para 89 o balanço de perdas entre o pessoal a trabalhar em Gaza, um trágico recorde de mortes para equipas da ONU num só conflito.

"Como agência, estamos para lá de devastados. Sentiremos muito a falta dos nossos colegas. Eles não serão esquecidos", manifestou a UNRW pelas redes sociais.

Local bombardeado por Israel em Deir al Balah, na Faixa de Gaza
Local bombardeado por Israel em Deir al Balah, na Faixa de GazaAP Photo/Hatem Moussa

A agência da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitárias registou a morte de pelo menos 192 profissionais de saúde na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, com a Organização Mundial de Saúde a precisar que pelo menos 16 deles foram mortos enquanto trabalhavam.

Outras fontes • AFP, AP, Times of Israel, Haaretz, Wafa

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