A Comissão Europeia vai disponibilizar mais 25 milhões de euros para enviar ajuda humanitaria para a Faixa de Gaza, anunciou a presidente, Ursula von der Leyen, segunda-feira, na reuniao anual, em Bruxelas, dos embaixadores da União Europeia (UE) que lideram representações em todo o mundo.
Ursula von der Leyen sublinhou que a Faixa de Gaza não pode ser um refúgio para grupos terroristas, mas também não deve ser ocupada por Israel e avançou que há várias opções para alcançar este objetivo, nomeadamente a presença de uma força de paz internacional sob mandato da ONU.
O bloqueio terrestre, aéreo e marítimo aplicado por Israel na Faixa de Gaza, desde que o movimento jihadista Hamas asuumiu o controlo deste, em 2007, criou uma espécie de prisão ao ar livre para dois milhões de pessoas, dos quais quase metade são menores de idade.
A presidente da Comissão Europeia disse que é preciso reconhecer que essa estrategia não produzirá resultados: "Não ao bloqueio contínuo de Gaza. Esta política não funcionou. O Hamas continuou a aumentar o seu arsenal, enquanto que a economia de Gaza entrou em colapso. Portanto, é exatamente o oposto do que queremos. 70% dos jovens em Gaza estão desempregados. Isso só pode levar a mais radicalização, todos sabemos disso aqui na sala”.
Desde a guerra entre Israel e o Hamas desencadeada pelo ataque mortal do movimento islâmico palestiniano, a 7 de outubro, em solo israelita (mais de 1400 pessoas foram mortas e mais de duas centenas feitas reféns), a UE criou uma ponte aérea a favor da Faixa de Gaza.
Em oito voos para o Egipto, que tem uma passagem fronteiriça para este território palestiniano em Rafah, foi realizada a entrega de 65 toneladas de ajuda humanitária.
A situação humanitária em Gaza é “catastrófica” e o número de vítimas palestinianas é “trágico”, sublinhou o presidente da Comissão, sublinhando que o Hamas utilizou civis como “escudos humanos”. “É horrível e é pura maldade”, disse.
Israel tem realizado intensos bombardeamentos , que causaram cerca de dez mil mortos, segundo o governo do Hamas, com a ONU e vários países a apelar uma trégua humanitária.
Solução de dois Estados
A líder do executivo comunitário reiterou o apoio dos 27 países da UE a uma solução politica que permita a coexistencia de dois Estados independentes, um para Israel e outro para a Palestina, como previsto numa resolução da ONU de 1947 (o Estado de Israel foi criado em 1948, mas numa guerra, em 1967, ocupou muito do território árabe palestiniano e continua a fazer mais colonatos).
A Faixa de Gaza é um dos dois territórios palestinianos, sendo o segundo a Cisjordânia, sob liderança da Autoridade Palestiniana, reconhecida internacionalmente.