A madrugada desta quarta-feira ficou marcada pelos bombardeamentos no norte, centro e sul do território controlado pelo Hamas. Balanço de mortos de profissionais de saúde aproxima-se dos 200
Os bombardeamentos israelitas mantêm-se intensos sobre a Faixa de Gaza ao 33.° dia de guerra entre Israel e o Hamas, o grupo político e paramilitar que controla o enclave palestiniano.
Apesar dos apelos da comunidade internacional, incluindo do mais forte aliado, o Estados Unidos, para um cessar-fogo ou pelo menos permitir pausas humanitárias para deixar chegar ajuda aos civis ou permitir a fuga dos inocentes do terreno de combate, Israel insiste na contraofensiva ao ataque terrorista do Hamas cometido a 7 de outubro, que fez pelo menos 1.400 mortos em território israelita.
Na última atualização de terça-feira, o Ministério da Saúde do Hamas agravou o balanço de mortos em Gaza para pelo menos 10.328, incluindo 4.237 crianças e 2.741 mulheres, destaca a mesma fonte, sem possibilidade de confirmação imparcial.
Por outro lado, assegura Israel, mais de 240 reféns continuam sequestrados na Faixa de Gaza pelo Hamas e pela Jiad islâmica, outro grupo extremista palestiniano ali aquartelado.
A contraofensiva terrestre de Israel prossegue já dentro da Cidade de Gaza, bastião do Hamas, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu assinalou o primeiro mês de contraofensiva com uma visita a uma base militar das Forças de Defesa de Israel, onde reiterou o objetivo de destruir o Hamas e elogiou o progresso das Forças de Defesa de Israel (IDF/Tsahal).
"Desde o início da operação terrestre, já destruímos inúmeros quartéis, túneis, bases e estruturas do Hamas. O Hamas está a perceber que chegamos a lugares que não pensavam sermos capazes", afirmou Benjamin Netanyahu, que recusa qualquer cessar-fogo até que os reféns retidos pelos grupos palestinianos sejam libertados.
Joe Biden confirmou ter pedido a Netanyahu que permita "pausas humanitárias" e o primeiro-ministro não fechou essa porta, mas insistiu que o momento não é ainda para um cessar-fogo.
Bombardeamento de norte a sul
Da madrugada desta quarta-feira, há relatos de bombardeamentos israelitas nas proximidades dos hospitais Indonésio e do de Al-Shifa e em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, mas também no sul, em Khan Younis, e no centro, em Nuseirat.
As fontes possíveis no terreno falam em vários mortos vítimas destes bombardeamentos.
Já Israel, confirmou a baixa de mais um soldado, aumentando para 31 mortos o balanço de vítimas israelitas na operação terrestre atualmente em curso dentro de Gaza e que já levou mais de 1,5 milhões de pessoas a deslocarem-se para sul dentro do enclave.
A Cruz Vermelha internacional criticou, entretanto, o alegado ataque israelita desta terça-feira contra um comboio de cinco camiões e dois outros veículos do organismo que transportavam ajuda médica para hospitais na Cidade de Gaza, o que vai contra o direito internacional em conflitos armados.
Pelo menos um dos condutores ficou ferido, num dia em que a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) agravou para 89 o balanço de perdas entre o pessoal a trabalhar em Gaza, um trágico recorde de mortes para equipas da ONU num só conflito.
"Como agência, estamos para lá de devastados. Sentiremos muito a falta dos nossos colegas. Eles não serão esquecidos", manifestou a UNRW pelas redes sociais.
A agência da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitárias registou a morte de pelo menos 192 profissionais de saúde na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, com a Organização Mundial de Saúde a precisar que pelo menos 16 deles foram mortos enquanto trabalhavam.