Relatório independente diz que Israel não apresentou provas que liguem a UNRWA a grupos terroristas

Análise independente da UNRWA afirma que neutralidade da organização deve ser reforçada
Análise independente da UNRWA afirma que neutralidade da organização deve ser reforçada Direitos de autor Mahmoud Essa/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
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De  Euronews com AP
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Artigo publicado originalmente em inglês

Análise foi pedida pela ONU depois de Israel denunciar que alguns funcionários da UNRWA tinham participado no ataque do Hamas, a 7 de outubro do ano passado.

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Uma análise independente pedida pelas Nações Unidas, e liderada por Catherine Colonna, antiga ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, revelou que Israel ainda não forneceu quaisquer provas de que “um número significativo de funcionários da UNRWA são membros de organizações terroristas”, como têm defendido as autoridades israelitas.

O relatório concluiu também que a neutralidade da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente** deve ser reforçada**: apesar de a UNRWA ter adotado um “quadro sólido” em 2017 para resolver problemas de neutralidade, os problemas persistem, segundo o documento.

Catherine Colonna afirmou na segunda-feira que Israel não manifestou qualquer preocupação em relação às pessoas incluídas na lista de funcionários da UNRWA nos territórios palestinianos desde 2011.

"Partilhar regularmente a lista de funcionários, digitalizada com alguns detalhes dos funcionários, com os países de acolhimento e com Israel. Funciona bem em alguns países, menos com Israel. Nos últimos anos, poderia ter sido melhor. Mas, nos últimos tempos, isto é afetado, naturalmente, pela atmosfera global", explicou Colonna, citada pelas agências internacionais.

No relatório de 48 páginas pode ler-se que a UNRWA tem procedimentos "robustos" para defender o princípio de neutralidade da ONU e que a agência partilha regularmente listas dos seus funcionários com os países de acolhimento, incluindo cerca de 13.000 funcionários que trabalham em Gaza.

A análise foi efetuada depois de Israel ter afirmado que uma dúzia de funcionários da UNRWA tinha participado no ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro. A acusação levou cerca de 15 países a cortarem o financiamento da agência, criando inúmeros desafios humanitários para os 2,3 milhões de pessoas em Gaza, que lutam diariamente para ter acesso a alimentos, água e abrigo.

Chefe dos serviços secretos do exército israelita demite-se

O chefe dos serviços secretos do exército israelita, Aharon Haliva, demitiu-se e afirmou ter assumido a responsabilidade pelas falhas ocorridas antes do ataque do Hamas a Israel.

Haliva reconheceu numa carta que a sua direção de informações "não esteve à altura da tarefa que lhe foi confiada". O general é a primeira figura de topo a abandonar o cargo devido ao ataque,que é já considerado o mais mortífero da história de Israel.

Já o chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, após o encontro com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, acusou os Estados Unidos de darem cobertura política às ações israelitas e de bloquearem o reconhecimento pela ONU de um Estado palestiniano.

Haniyeh afirmou que "a posição dos EUA é enganadora" e acrescentou que "apesar de dizerem que não querem que os civis sejam feridos, isto é uma tentativa de manipulação".

A acusação de Haniyeh surge após o anúncio de que a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou no sábado, um plano de ajuda a Israel, à Ucrânia e a Taiwan, de 89 mil milhões de euros no total.

Descobertos 283 corpos em Khan Younis

A Proteção Civil palestiniana anunciou, na segunda-feira, ter descoberto 283 corpos numa uma vala comum no Hospital Nasser em Khan Younis. O local foi usado para sepultar temporariamente os mortos quando as forças israelitas atacaram o hospital, deixando-o inoperacional.

A unidade de Defesa Civil afirmou que as pessoas escavaram sepulturas no pátio do hospital e que alguns dos corpos eram de vítimas do cerco israelita inicial e de palestinianos que morreram mais tarde num ataque israelita.

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