A bordo da aeronave seguiam seis pessoas. O piloto foi resgatado com vida, sendo que quatro corpos foram localizados e resgatados. Uma vítima permanece ainda desaparecida. Primeiro-ministro decretou para sábado dia de luto nacional.
Um helicóptero do dispositivo de combate a incêndios caiu esta sexta-feira no rio Douro, em Peso da Régua, com seis ocupantes a bordo, o piloto e cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR. O piloto foi resgatado com vida, tendo sido entretanto localizados os corpos de quatro militares da GNR. Um quinto continua desaparecido.
A aeronave fazia parte das operações de combate ao incêndio rural que lavra em Gestaçô, em Baião. O alerta foi dado pelas 12:36, segundo informou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Em comunicado, a Proteção Civil informou que o aparelho “sofreu um acidente, obrigando à amaragem do meio aéreo no rio douro, próximo da localidade de Samodães”. Foram mobilizados vários meios para o local, tendo o piloto sido resgatado com vida por uma embarcação de recreio nas imediações. A vítima foi avaliada por um equipa médica e não corre risco de vida, tendo sido transportado para o hospital de Vila Real.
De acordo com o último balanço das autoridades, realizado ao final da tarde de sexta-feira no local pelo Comandante Rui Silva Lampreia, quatro corpos foram localizados e retirados da aeronave.Um militar da GNR está ainda dado como desaparecido. Os primeiros dois corpos foram encontrados no interior do helicóptero e os outros dois estavam junto à cauda do aparelho, que se dividiu em dois no momento da queda.
Os cinco militares da GNR tinham entre 29 e 45 anos, disse à agência Lusa um porta-voz da GNR.
As operações de resgate, que decorrem a cerca de seis metros de profundidade, mantiveram-se até às 21:00, segundo informou o comandante.
Dezenas de operacionais estiveram no local, com equipas de mergulhadores e apoio de drones.
Equipas de psicólogos do INEM foram acionadas para dar apoio às famílias das vítimas.
Decretado dia de luto nacional
Luís Montenegro deslocou-se ao local para acompanhar as operações. Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro informou que será decretado dia de luto nacional no sábado. Enviou condolências às famílias das vítimas e salientou o trabalho das autoridades na resposta ao acidente. "Quero exprimir o nosso reconhecimento à forma como todas as autoridades envolvidas nas operações, prontamente, responderam à solicitação e ao alerta que foi emitido", afirmou Luís Montenegro.
Durante a tarde, o primeiro-ministro entrou numa lancha para acompanhar as diligências nas águas do Douro. A ação de Montenegro motivou críticas de vários comentadores na imprensa e nas redes sociais, levando os jornalistas a questionarem diretamente o governante sobre o ocorrido. Em resposta, Luís Montenegro justificou-se dizendo que tinha de mostrar apreço pelo trabalho dos mergulhadores.
“Foi-me permitido estar pessoalmente com os mergulhadores, que estão a desempenhar uma missão muito perigosa, e mostrar-lhes o nosso apreço” explicou. “O rio Douro tem uma grande dificuldade de visibilidade, com operações de mergulho complexas e a minha obrigação é, enquanto representante do povo português, estar ao ao lado de quem desempenha essas funções", acrescentou ainda.
"A presença do primeiro-ministro não foi motivo de nenhuma perturbação das operações – fazer disso crítica ou caso, acho que é um desrespeito pelas instituições", defendeu o primeiro-ministro.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também já esteve em Peso da Régua na tarde desta sexta-feira. Num comunicado, publicado no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa diz-se "consternado" com o sucedido.
"O Presidente da República dirige as sentidas condolências aos familiares dos militares falecidos, bem como a todos os profissionais da GNR, em particular aos militares da UEPS, relembrando o valor do serviço e do compromisso que transcende o dever, de quem se dedica e dá vida pela segurança de todos os Portugueses", é possível ler na nota publicada.
Fonte do Gabinete de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) disse à agência noticiosa portuguesa Lusa que vai enviar uma equipa para o local para iniciar as investigações ao acidente.