A população, encurralada na guerra, enfrenta “um risco imediato de fome”, alertou o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM).
Uma primeira entrega de combustível chegou à Faixa de Gaza depois do sinal verde de Israel, para reiniciar os geradores de eletricidade dos hospitais e das redes de telecomunicações no território sitiado.
A pedido dos Estados Unidos, Israel autorizou a entrada diária de dois camiões-cisterna na Faixa de Gaza.
A Autoridade Palestiniana, responsável pela passagem de Rafah, na fronteira egípcia, anunciou sexta-feira à noite que foram entregues 17 mil litros de combustível para alimentar os geradores da empresa de telecomunicações de Gaza.
Até agora, Israel tinha-se recusado a deixar passar o combustível, alegando que poderia beneficiar as atividades militares do Hamas.
A população, encurralada na guerra, enfrenta “um risco imediato de fome”, alertou o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM).
Sem combustível a ajuda humanitária estava completamente bloqueada. A diretora de comunicações da agência das Nações Unidas para os refugiados (UNRWA) Juliette Touma, explicava que nem sequer tinha informações sobre a situação no terreno:
"Não temos as informações mais atualizadas sobre a situação geral em Gaza por causa da rede de telecomunicações. Veja, quando isto acontece, ficamos completamente desconectados do nosso pessoal na Faixa de Gaza. A grande maioria do nosso pessoal não comunica conosco quando isto acontece."
As entregas anunciadas representam apenas uma pequena parte das quantidades de combustível, - 50 camiões - que entravam diariamente na Faixa de Gaza antes do início da guerra, e não satisfazem metade das necessidades, segundo a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).
A partir de Nova Iorque, o chefe das operações humanitárias da ONU, Martin Grifitths, afirmava: "Não estamos a pedir a Lua. Estamos a pedir medidas básicas necessárias para satisfazer as necessidades essenciais da população civil e travar o curso desta crise".
Israel continua a expandir a operação militar. Durante a noite de sexta-feira para sábado, um ataque contra três edifícios em Khan Younes deixou 26 pessoas mortas e 23 gravemente feridas, segundo o diretor do hospital Nasser desta cidade do centro da Faixa de Gaza.
No hospital de al-Shifa, o maior do território que foi invadido pelo exército israelita na quarta-feira, a situação é “catastrófica” para pacientes, deslocados e cuidadores que ali ficam amontoados sem eletricidade “sem água, nem comida”, segundo disse o diretor, doutor Mohammed Abou Salmiya, à AFP.
De acordo com a ONU, 2.300 pessoas estão atualmente neste hospital.
O exército israelita, cujos tanques ainda cercam o hospital, disse à AFP que continuava a revistar o imenso complexo onde, diz, está instalado um covil do Hamas, nomeadamente numa rede de túneis.