Membro da UE desde 2004, Chipre está dividido entre a comunidade de origem grega e a comunidade de origem turca, desde 1974.
O presidente de Chipre, Nicos Anastasiades, acusa a União Europeia (UE) de ter posições contraditórias na relação com a Turquia durante a crise criada com a invasão russa da Ucrânia.
Numa entrevista à euronews, Nicos Anastasiades afirmou que a Turquia foi o único Estado-membro da NATO que não impôs sanções contra a Rússia e que tem aproveitado para aumentar as suas exportações para esse país.
Uma combinação de fatores que considera mais prejudicial para a economia da UE do que a tradicional proximidade comercial que Chipre e alguns outros países têm com a Rússia.
Chipre é um dos mais importantes centros europeus de gestão de navios petroleiros.
"Em vez de concentrarem a sua atenção nos países que não têm um grande impacto direto no mercado russo, teria sido melhor ver que países - entre os candidatos à entrada na UE e outros países vizinhos que pertencem à chamada família política europeia - não estão a aplicar nenhuma das sanções. E vou ser mais específico: estou a falar da Turquia, que de facto facilita a exportação para a Europa de produtos russos, tais como o aço, que chegam por via da Turquia", disse o presidente cipriota.
Violação do direito internacional
Nicos Anastasiades também considera que a UE deveria ser mais dura face à atitude do líder turco, Recep Tayyip Erdoğan, contra Chipre e a Grécia, que classifica de muito agressiva, e que existe o risco de outro conflito na Europa.
"Não é aceitável condenar a Rússia por violar o direito internacional e não o fazer quando o direito internacional é violado por um país candidato à entrada na UE e que o faz contra membros da própria UE. Não se pode fingir que não é algo muito grave. Essa tolerância é encorajadora para a Turquia e cria riscos de um novo conflito dentro da Europa", afirmou.
Membro da UE desde 2004, Chipre está dividido entre a comunidade de origem grega e a comunidade de origem turca, desde 1974.
Nesse ano, a invasão turca resultou no controlo de um terço da ilha, criando aí uma república que não é reconhecida por nenhum outro país.